No Maracanã, Foo Fighters comprova que é sempre jogo ganho

Foto: Luciano Oliveira
Com coletânea de hits, Dave Grohl lidera multidão no Maracanã
Por Bruno Eduardo

Não foi por acaso que o Foo Fighters se tornou um dos maiores nomes do rock nos últimos dez anos. Após lançar There is Nothing Left To Lose, em 1999, o grupo acabou virando referência para um mainstream carente de modelos pré-estabelecidos - o que desagrada até hoje a galera que acende vela para Kurt Cobain. Tudo bem, os fãs devem admitir: musicalmente, o Foo Fighters não é uma banda revolucionária - como o Nirvana, por exemplo. Porém, há algo que não se pode negar: em cima do palco eles nunca decepcionam. 
 

O grupo possui aquela postura peculiar das bandas consagradas, em que todas as ações parecem devidamente planejadas. A prova disso é que repertório não possui grandes modificações - incluindo as mesmas paradinhas e improvisos (?) das apresentações anteriores. "This is A Call", faixa que abre primeiro disco da banda, talvez tenha sido a grande "surpresa" no setlist. Até mesmo as frases usadas por Dave Grohl são decoradas. Quem esteve no show de São Paulo, dias antes, sabe disso. Mas quem se importa? Um show do Foo Fighters é sempre jogo ganho. 

A banda entrou ao som de "Something From Nothing
" - música do novo disco, Sonic Highways - e engatou uma seqüência de sucessos com "The Pretender", "Learn To Fly", "Breakout" e "My Hero". Ajudados por um coro de 45 mil vozes, o sexteto teve facilidade para conduzir quase três horas de apresentação ininterrupta. Entre os hits óbvios, a banda citou também vários clássicos do rock, como "Smoke On The Water" do Deep Purple, "Mountain Song" do Jane's Addiction e "Blackbird" dos Beatles

Como o grupo não faz a manjada pausa para o bis, o show é dividido em sessões - que parecem quebrar propositalmente o ritmo. "Nós não gostamos de sair do palco e voltar depois. Nós vamos tocando e tocando, até vocês nos chutarem para fora", disse Grohl. Aliás, o frontman mostra que sabe de cór-e-salteado a fórmula básica para manter a banda no topo por tanto tempo. Nada de discursos ambientalistas, nada de apologia à "vida louca". Dotado de uma competência ímpar e sagacidade furiosa, Grohl mantém uma intimidade rara com o seu público. "Senhoras e senhores, não cantem agora. Esperem eu começar a música, ok?", ordenou em "Big Me". Segurando um violão, ele caminha sozinho pela passarela até uma plataforma alternativa. Lá ele se comunica com uma parte da plateia que sequer consegue enxergá-lo sem a ajuda de telões. "Vou me dedicar agora para vocês aí de trás" - promovendo seu momento barzinho e violão com "Skin And Bones" e "Wheels".

Em "Times Like These", um palco secundário surge no meio do público - repetindo o que foi apresentado no show de Wembley (DVD). Girando em 360º, a banda apresentou versões para "Detroit Rock City", do Kiss; "Tom Sawyer", do Rush e "Under Pressure", do Queen. De volta ao palco principal, a banda chegou ao ponto alto da noite com "All My Life", "Best Of You" e "Everlong". 


Os fãs sabem que quando se trata de Foo Fighters, o resultado previsto sempre se confirma. Ainda assim, o público deixou o Maracanã com a afirmação categórica de todo grande show de rock: eles juram ter visto o melhor show de suas vidas. Isso, lógico, não é surpresa para ninguém. Pois em todos os estádios do mundo, o Foo Fighters continua vencendo sempre - e de goleada.

Foto: Luciano Oliveira
Bruno Eduardo, 38 anos, jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa Arariboia Rock News nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Como crítico cultural, foi Editor-chefe e colaborador do Portal Rock Press, e colunista do blog "Discoteca Básica" da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas oficiais de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Abril Pro Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Faith No More, The Offspring e Titãs.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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