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Com uma belíssima apresentação de "A Little Help From My Friends", a cerimônia do Rock Hall 2025 chega ao fim. Tedeschi Trucks e Nathaniel Rateliff dão início à gloriosa rendição desta joia do cancioneiro dos The Beatles, com grande vitalidade e emoção. Aos poucos, começam a compartilhar os vocais Bryan Adams, Cyndi Lauper, Chris Robinson (do Black Crowes), Teddy Swims e a vocalista Susan Tedeschi da Tedeschi Trucks Band. Uma demonstração de paixão e potência demolidora.
Em 2012, o Rock Hall fez uma inesquecível homenagem com "While My Guitar Gently Weeps" também dos Beatles. Naquela época, um dos homenageados com a condecoração de Membro do Hall da Fama do Rock and Roll era George Harrison em carreira solo.
Em 2025, o reconhecimento foi para Joe Cocker e, claro, representada pela sua recriação da canção dos Beatles, eternizada na apresentação do Festival de Woodstock em 1969. Joe Cocker entrou no evento assim que desceu do helicóptero para ajudar, pois parte do cast estava presa num monumental engarrafamento.
Um final emocionante para uma cerimônia de 4 horas e 25 minutos. Contar o final não é spoiler, mas sim um convite para sentar, dançar, apreciar e ver uma das únicas cerimônias da atualidade que celebram o legado do rock como música importante mundial, atual e eterna. Com a ajuda do streaming, hoje podemos pular o segmento que não agrada ou rever inúmeras vezes o discurso ou apresentação que mais nos interessa. Em tempos de déficit de atenção, falta de tempo para respirar, ingressos caros, muitos se recusam a ver uma cerimônia de três, quatro ou cinco horas. Criar um roteiro interessante e agradável para todos virou uma tarefa impossível, mesmo assim o Rock And Roll Hall of Fame há 40 anos festeja a música como um todo e traz para dentro do rock and roll contestação, ativismo, solidariedade, guitarras, samples, baladas, rock, rap, soul, country, blues, coloca tudo no caldeirão e realmente entrega um tributo à música contemporânea. Sempre chamando os artistas jovens para participar da cerimônia.
Se depois de ler todos estes argumentos você não quer ver o evento, eu aviso que um short ou vídeo pelo Instagram, Twitter ou WhatsApp vai chegar até você em algum momento hoje, amanhã ou daqui a 5 anos. Assim como após a morte de Prince em 2016, o mundo redescobriu o solo de guitarra de 3 minutos improvisado pelo multi-instrumentista de Minneapolis na edição de 2012. Muitos ficarão emocionados com as declarações, participações e apresentações de Taylor Momsen (The Pretty Reckless), The Killers, Chappell Roan, Iggy Pop, Raye, Joe Perry, Flea (Red Hot Chilly Peppers), Tedeschi Trucks, Teddy Swims e Chris Robinson, entre muitos outros.
Aproveite que o streaming permite que você veja a cerimônia em formato web série, vendo 10 ou 20 minutos diários ou por segmento. O que digo é: não deixe de ver na Disney+ ou Hulu.
A cerimônia do Rock and Roll Hall of Fame 2025, realizada no dia 8 de novembro, foi uma noite épica que celebrou a história e a diversidade do rock, do hip-hop e do soul. A celebração estendeu-se por 4 horas e 25 minutos e foi marcada por discursos passionais e jams inesquecíveis.
Os artistas que receberam a honra de entrar no seleto clube do Hall da Fama em 2025 , na categoria performers, foram: Bad Company, Chubby Checker, Joe Cocker, Cyndi Lauper, OutKast, Soundgarden e The White Stripes.
Além dos performers homenageados, outras categorias também celebraram figuras importantes da indústria musical. O Prêmio de Influência Musical foi concedido a Sly Stone, Salt-N-Pepa e Warren Zevon, reconhecendo o impacto duradouro de suas obras. Já o Prêmio por Excelência Musical homenageou os notáveis Carol Kaye, Thom Bell e Nicky Hopkins. Por fim, o Prêmio Ahmet Ertegun (destinado a Executivos da Indústria) foi entregue a Lenny Waronker.
A cerimônia abriu com uma performance eletrizante em homenagem ao inovador do funk e soul, Sly Stone. Uma superbanda de peso prestou o tributo musical, que fez mexer os pés e balançar o esqueleto sem parar. A jam session, liderada por um eletrizante Stevie Wonder, contou com a presença de Flea no baixo e vocais, Questlove (The Roots) na bateria, e Beck em uma das guitarras, estabelecendo um tom de altíssima energia para o restante da noite. Um primeiro ato com cor, luz e ritmo para agitar de saída a noite de gala do Hall.
O prêmio ao Bad Company foi altamente emocionante e dramático. O vocalista original da banda, Paul Rodgers, não pôde comparecer à cerimônia devido a problemas de saúde, mas participou enviando uma mensagem gravada em vídeo. O baterista Simon Kirke foi o único membro original presente para receber a honra e participar da homenagem musical. Mick Fleetwood (Fleetwood Mac) apresentou a banda.
O tributo musical ao Bad Company reuniu um supergrupo no palco liderado por Simon Kirke na bateria. A performance contou com Chris Robinson nos vocais da canção "Feel Like Makin' Love", acompanhado por Joe Perry (Aerosmith) e Nancy Wilson (Heart) nas guitarras, seguido por Bryan Adams assumindo os vocais do clássico "Can't Get Enough".
O Bad Company, lendário supergrupo inglês formado em 1973 por membros do Free e do King Crimson, foi a primeira banda do selo Swan Song (de Peter Grant, empresário do Led Zeppelin). O grupo definiu o hard rock com groove dos anos 70, com Paul Rodgers no vocal, e vendeu mais de 40 milhões de discos no mercado norte-americano. Clássicos como "Can't Get Enough" e "Feel Like Makin' Love" inspiram o hard rock e o southern rock mundial desde 1976.
A dupla The White Stripes foi homenageada, mas não se reuniu no palco, já que Meg White não compareceu. Jack White recebeu a honraria e fez um discurso de agradecimento. A euforia do rocker Iggy Pop marcou a leitura do seu discurso ao apresentar a dupla como novos membros do Hall da Fama do Rock and Roll.
Foi destacado durante os depoimentos em vídeo o reconhecimento global de "Seven Nation Army" como um hino icônico que transcendeu a esfera do rock para se tornar uma canção do mundo.
O tributo musical ficou por conta do Twenty One Pilots, que tocou uma versão de "Seven Nation Army". Além disso, a homenagem incluiu uma performance de Olivia Rodrigo e Feist, que se uniram para tocar a faixa "We're Going to Be Friends".
Warren Zevon, um dos premiados da noite, foi celebrado pelo seu legado lírico. O seu amigo de longa data, o astro da TV David Letterman, fez o discurso de apresentação. O tributo musical foi com o The Killers. O vocalista Brandon Flowers e a banda tocaram a popular canção "Lawyers, Guns and Money".
A performance foi enriquecida pela presença do lendário guitarrista de estúdio Waddy Wachtel e pelo fato de o guitarrista Dave Keuning ter tocado uma guitarra que Zevon havia dado de presente a Letterman.
O Soundgarden foi homenageado em um tributo arrepiante que refletiu a força do grunge de Seattle. Os membros remanescentes da banda — Kim Thayil, Matt Cameron e Ben Shepherd — subiram ao palco junto com o baixista original Hiro Yamamoto. O setlist contou com participações especiais, incluindo Taylor Momsen nos vocais de "Rusty Cage", ao lado de Mike McCready (Pearl Jam) na guitarra. Em seguida, Brandi Carlile e Momsen dividiram os vocais em "Black Hole Sun", com a participação de Jerry Cantrell (Alice in Chains). O momento mais tocante foi "Fell on Black Days", que teve os vocais de Toni Cornell (filha de Chris Cornell), acompanhada por Nancy Wilson na guitarra.
Cyndi Lauper foi recebida com honra pela sua entrada no Hall da Fama e foi apresentada pela cantora Chappell Roan. Lauper celebrou o poder feminino com um discurso emocionante e uma apresentação memorável, que contou com participações especiais e um setlist carregado de significado: ela cantou "True Colors" em conjunto com a plateia (que acendeu as luzes dos celulares) e fez um dueto de "Time After Time" com a cantora Raye. A performance culminou com "Girls Just Want to Have Fun", ao lado de Avril Lavigne, Salt-N-Pepa e DJ Spinderella, na qual Lauper notavelmente alterou a letra da canção para "Girls they want to have fundamental rights" (As garotas querem ter direitos fundamentais), reforçando sua mensagem de ativismo.
A cerimônia do Rock Hall 2025 teve um final emocionante e apoteótico com o tributo a Joe Cocker, apresentado por Bryan Adams. O setlist completo do tributo a Joe Cocker, conduzido pela Tedeschi Trucks Band, celebrou os grandes sucessos que o cantor transformou em suas próprias versões. O repertório começou com "The Letter" (originalmente do The Box Tops), apresentada com Nathaniel Rateliff nos vocais. Em seguida, foi a vez de Teddy Swims assumir os vocais em "Feelin' Alright?" (originalmente do Traffic), preparando o palco para a grande jam session de encerramento.
A noite foi encerrada com a Tedeschi Trucks Band (com a vocalista Susan Tedeschi e Derek Trucks) e Nathaniel Rateliff liderando a performance de "A Little Help from My Friends", na versão eternizada por Cocker em Woodstock 1969. Os vocais foram compartilhados entre Bryan Adams, Cyndi Lauper, Chris Robinson (The Black Crowes) e Teddy Swims, em momentos de verdadeira paixão e potência impressionantes.
Mágico, emocionante, instrutivo. Televisão ou roteiristas podem ser dispensados pela máquina ou a inteligência artificial, mas 2025 foi um ano histórico para o Rock and Roll Hall of Fame mostrar que devemos sim, festejar nosso legado e falar de música, falar de Rock And Roll.
Rock & Roll Hall of Fame em Tópicos:
O que é: museu e instituição sem fins lucrativos (Cleveland, Ohio) que celebra e honra artistas cujo trabalho moldou a cultura jovem e a música.
Missão: promover a criatividade e a inovação, contando histórias através de exposições interativas, conteúdo digital e música ao vivo.
Requisito de Elegibilidade: o artista ou banda deve ter lançado seu primeiro álbum ou single há, no mínimo, 25 anos.
Critério de Seleção: baseado no impacto, influência e excelência musical no desenvolvimento e perpetuação da música.
Processo de Escolha: envolve um Comitê de Nomeação, seguido por um corpo eleitoral internacional e o voto do público.
Cerimônia de 2025: é a 40ª edição do evento anual, que começou em 1986.
