A carioca de Olaria veio trazer todo seu swing e balanço para São Paulo e com o frio imperando em seus 14° de temperatura, não fica fácil para ninguém, então, nada melhor do que assistir a Iza no começo da tarde de um domingo. Certeza de um clima quente, pelo menos no palco.
Uma senhorinha apareceu defumando o palco e abrindo os caminhos para Iza, toda vestida de branco, começar os trabalhos com "Dona De Mim". Na parte de cima de uma espécie de árvore humana composta de dançarinos vestidos de azul, Iza continuou com "Fé" e o balé foi tirando o véu da cantora fazendo um momento bem bonito.
O clima espiritual permeava o início do show e a inédita "Caos e Sal" confirmou essa impressão com a frase “Eu sou de carne e osso, caos e sal” contida na sua letra. "Ginga" mostrou a cantora muito segura de si e um clima mais leve, ainda assim espiritual.
O espírito africano de "Fé Nas Malucas" e a sexy "Bateu" mudaram um pouco o tema lírico da apresentação e que foi comprovado em "Sem Filtro", com total destaque ao balé que continuou no palco executando uma coreografia de extremo bom gosto.
Iza continuou exalando sensualidade em "Saudade Daquilo" que veio com um arranjo bem diferente do clima hip hop original, dando ênfase ao reggae que se manteve em "Meu Talismã".
Após uma breve saída, seus dançarinos voltaram ao palco e Iza prestou uma homenagem ao Rei do reggae cantando "Redemption Song" em um arranjo singelo e emocionante. Emocionante também foi a homenagem e reverência a pioneira do reggae Celia Sampaio (a "senhorinha" que incensou o palco no início do show, lembram?) que entrou no palco para cantarem "Mama África", de Chico César, e a veterana roubou a cena rezando Iza e levando os presentes ao delírio ao final de suas palavras de fé.
"Vapor Barato" de Jards Macalé, "Is This Love" de Bob Marley, "A Novidade" de Gilberto Gil, "Jackie Tequila" do Skank formaram um medley que serviram de aperitivo para outra participação especial. Citado erroneamente como vocalista fundador do Cidade Negra (foi o Ras Bernardo), Toni Garrido cantou "Johnny B. Goode" na versão de Peter Tosh e "A Sombra Da Maldade", da sua banda.
As participações não pararam, agora foi a vez do grupo baiano Olodum que acompanhou Iza no seu primeiro sucesso "Pesadão". A participação original de Marcelo Falcão ficou apenas no playback vindo das caixas de som e ninguém pareceu se importar com isso, enquanto "Brisa" teve até Iza fazendo um trenzinho coreografado com seu atuante balé.
"Gueto" foi a última da tarde, fechando de forma espetacular. Mesmo com pouco tempo de carreira, Iza mostrou sua relevância e entregou um espetáculo sonoro e visual digno de uma grande artista que, definitivamente, ela é.
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