Há 34 anos era lançado "Nevermind", o grande marco do grunge

 
1991 foi um ano especial para o rock.  Grandes discos foram lançados.  Bandas como Metallica e Guns N' Roses estavam na crista da onda. Havia ainda grande resquício do heavy metal farofa dos anos 80 e, como uma fagulha, "Smells Like Teen Spirit" começa a passar na MTV incessantemente. Sendo assim, em 24 de setembro de 1991 é lançado o álbum que mudaria o curso, não só do rock,  mas da música pop: Nevermind.

O icônico segundo álbum do Nirvana marca o início daquela que é a chamada "Era Grunge". Como tudo que existe no mundo,  foi uma forma de rotularem um som que veio à reboque junto ao lançamento dos caras de Aberdeen, pequena cidade do estado de Washington,  nos EUA. Mas será que Nevermind é o início do som de Seattle?

Muitos não sabem, mas não, Nevermind é a ponta do iceberg do que acontecia no Noroeste dos EUA. Quando o Nirvana explode, (ironicamente, pois não era uma das bandas mais "hypadas" da cena) já existiam outros gigantes prontos para explodirem, como Soundgarden, Alice in Chains e Mother Love Bone,  que nessa altura já tinham contratos com grandes gravadoras e álbuns lançados,  com músicas fazendo relativo sucesso na cena dos EUA. 

Sucesso que incomodou Kurt Cobain

O dia 24 de setembro de 1991 marca um fenômeno fonográfico, pois não existia grandes expectativas de vendas ou sucesso estrondoso em cima de Nevermind. No entanto, quem viveu a época sabe: poucas coisas foram tão revolucionárias quanto este disco no que diz respeito à cultura pop! De uma hora para outra, músicas como "Smells Like Teen Spirit", "In Bloom", "Lithium", "Come As You Are" não saíam das rádios fm e da MTV. Isso, como não podia deixar de ser, incomodou demais o introspectivo Kurt Cobain que, dizem pessoas próximas, era um cara extremamente perfeccionista no seu trabalho e obcecado por fazer o melhor nas suas músicas, mas no seu lúdico tal excelência não deveria alcançar o mainstream. Óbvio que isso não faria sentido, e deu no que deu. 

Sua faixa principal, "Smells Like Teen Spirit", desbancou nada mais, nada menos, que o Rei do Pop, Michael Jackson, do topo da parada da Bilboard 200 - um feito inimaginável para os reclusos músicos dos confins do EUA. 

Nevermind transportou a insatisfação juvenil de Seattle para toda uma geração, alcançando os cantos mais remotos da Terra, e dando à cena de Seattle o reconhecimento merecido, porém não desejado por seu clã. Ironias à parte, Nevermind sempre será lembrado com o estouro do grunge, mas jamais deverá carregar a alcunha de início dele, e sim um produto do meio ao qual o Nirvana estava inserido, e da fonte que bebeu imensamente - até a concepção de sua obra prima.
 

Rafael Rodrigues

Carioca, flamenguista e apaixonado por música! Flutuando entre o mundo corporativo e o lúdico musical. Algumas dezenas de shows cobertos e resenhas escritas, na aventura do rock'n roll desde sempre, escrevendo sobre ele há mais de uma década!

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