Entrevista com The Calling, que volta ao Brasil e prepara novo álbum

The Calling, está prestes a iniciar mais uma turnê pelo Brasil e não esconde a empolgação por esse reencontro com um dos públicos mais apaixonados do mundo. Em entrevista ao Rock On Board, Alex Band, vocalista da banda, relembrou momentos marcantes de sua trajetória, falou sobre o aguardado novo álbum — que chega no início de 2026 — e compartilhou curiosidades de sua carreira que já ultrapassa duas décadas.

Brasil no coração
Com uma história de inúmeras visitas ao país, Alex afirma que o Brasil ocupa um lugar único em sua vida. “É nos fãs, é nas pessoas, é nos meus amigos aí. Nós temos compartilhado esse vínculo por 25 anos, eles cresceram comigo e são tão apaixonados, e é isso que me traz de volta ao Brasil” disse o cantor, enfatizando que não é uma questão financeira: “Não é como outros lugares do mundo. Eu não ganho muito dinheiro no Brasil. Não é um lugar para onde eu vou para ganhar dinheiro, é o lugar aonde eu vou para fazer grandes shows e realmente me conectar com o público”.

Para ele, a energia do público brasileiro é incomparável. “É incrível… Quando uma música realmente ressoa com as pessoas aqui, ela se torna parte da vida delas e elas não esquecem. Se amam um artista, querem vê-lo ao vivo de novo e de novo”, explica. Entre as lembranças, Alex destaca momentos simples, mas marcantes: “Já estive tantas vezes aí que eu deveria falar português, mas ainda não falo. Sei algumas palavras bobas…” e mencionou, também, entre risos: “Lembro das primeiras vezes em que fui ao Brasil, dos fãs correndo atrás do carro, jogando cartas em mim…”.


Novo álbum após 20 anos

Após um longo período sem lançar um trabalho completo, Alex revelou que o The Calling finalmente retorna com um novo álbum no início de 2026. “É um disco que estou tentando lançar há 12 anos. Passei por muitas batalhas, pessoais e profissionais. Teve disputa com gravadora, problemas de saúde… Eu cometi um erro depois do segundo álbum do The Calling: não deveria ter feito um disco solo. Isso atrasou tudo. Mas agora estamos prontos para o lançamento”.


O primeiro single deve ser lançado entre dezembro deste ano e janeiro de 2026, e a sonoridade promete agradar os fãs das antigas: “Alguns produtores tentaram nos puxar para um som mais pop, mais de rádio, mas acabamos voltando ao jeito que sempre soamos. Acho que encontramos um meio-termo. É muito como ‘Camino Palmero’, com a mesma vibe, talvez até um pouco mais rock. Há alguns sons eletrônicos aqui e ali, mas ainda é The Calling”. Alex define o álbum em uma palavra: “Powerful”.


Com o álbum criado 100% em seu estúdio pessoal, sem gravadoras por trás para pressioná-lo, ele celebra a liberdade criativa: “Agora posso fazer o que eu quiser. É desafiador e mais caro, mas a liberdade artística é impagável”.


Criatividade sem pressões


Mesmo com o sucesso estrondoso de seus singles, como “Wherever You Will Go”, Alex garante que não sente mais a pressão de competir com o próprio passado: “Hoje eu escrevo o que amo, sem me preocupar se vai parar nas paradas de sucesso. Só quero que os fãs fiquem felizes”. Ele promete que o novo disco terá uma fluidez especial: “Há sons entre as faixas, uma conexão entre elas. Não é só música após música; é algo para ouvir do começo ao fim”.


Memórias e aprendizados


Com mais de 20 anos de carreira, Alex relembra a juventude em que viveu seu primeiro grande sucesso: “Fui contratado aos 15 anos, tirado da escola para fazer um disco. Demorou quatro anos até lançar algo. Eu tinha 20 anos quando tive uma música número 1. Foi um sonho realizado. Sempre soube que queria fazer isso, desde os dois ou três anos. Acho que algumas pessoas simplesmente nascem para o que fazem”.


Ele também comenta a evolução das próprias músicas ao longo do tempo: “Canções como ‘Wherever You Will Go’, eu escrevi muito jovem, sem saber exatamente do que tratavam. Hoje elas ganharam novos significados para mim e para os fãs. ‘Stigmatized’, por exemplo, continua tão relevante quanto quando foi escrita”.


A banda dos sonhos já está formada


Para essa nova fase, Alex acredita ter encontrado a formação perfeita. Ao lado de Dom (baixo) e Daniel Damico, o “Arms” (guitarra), ele se sente em casa: “Passei muito tempo contratando e demitindo músicos. Hoje tenho minha banda dos sonhos. Com Dom e Arms tenho muita conexão e escrevemos materiais incríveis”.


Energia no palco


Apesar da rotina cansativa das turnês, Alex garante que o prazer de estar perto dos fãs supera qualquer dificuldade. Antes de subir ao palco, seu único “ritual” é simples: “Fecho os olhos, fico em silêncio e descanso por meia hora. Quando entro, entrego tudo de mim. Essa troca de energia é o que mais amo nas turnês”.

Ele ainda compartilhou um medo recorrente: “Meu pior pesadelo é estar em um show importante, talvez até na TV, e nada funcionar: microfone quebrado, sem som, o público vaiando. Eu sonho com isso o tempo todo”.


Mensagem aos fãs brasileiros

Antes de encerrar a entrevista, Alex deixou um recado especial:

Obrigado, obrigado, obrigado do fundo do meu coração por todo o apoio, por acreditarem em mim, por não desistirem mesmo quando eu dizia que o álbum estava vindo e demorava. Sou muito abençoado por ter vocês e não estaria aqui sem o amor e o suporte de vocês. Mal posso esperar para vê-los novamente em breve e tocar para todos”.


Com turnê marcada para outubro de 2025 e novo álbum previsto para janeiro de 2026, Alex Band prova que o The Calling está pronto para escrever mais um capítulo de sua história — e, mais uma vez, o Brasil será o palco privilegiado dessa jornada.

ASSISTA A ENTREVISTA COMPLETA NO VÍDEO ABAIXO

Carol Goldenberg

Advogada, jornalista musical e guitarrista, mas acima de tudo, amante da música desde sempre. Roadie, guitar tech e exploradora de shows e festivais pelo mundo, vivendo cada acorde como se fosse único e cada plateia como um novo universo.

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