Em aquecimento para o The Town, Inocentes empolga num show cheio de energia!

Foto: Eli K. Hayasaka / Rock On Board

São 44 anos de atividade e ótimos serviços prestados ao rock and roll brasileiro, esses são os INOCENTES, pioneiros do punk nacional, liderados pelo incansável Clemente Nascimento, e que finalmente estão, merecidamente, escalados para um festival da proporção do The Town, em que tocarão juntos do rockeiro Supla e sua nova banda, Os Punks de Boutique, no dia 07 de setembro, onde dividirão palco com CPM 22, Pitty e Iggy Pop, em noite que também teremos Green Day, Sex Pistols, com Frank Carter no vocal e Bruce Dickinson, só para ficar nas atrações principais.

Além de alguns singles esporádicos, o último trabalho da banda foi o álbum acústico “Antes do Fim”, lançado ano passado (leia aqui), em formato que a banda retoma eventualmente em alguns shows, mas aqui a banda está elétrica e raivosa, com músicas de toda a carreira e letras escritas há mais de 40 anos e que continuam mais atuais que nunca.

Foto: Eli K. Hayasaka / Rock On Board

A banda sobe ao palco do Sesc Belenzinho com uma gravação de uma ótima versão, em ritmo soul, do clássico “Pânico em SP”, criada com IA, coisa que virou febre nas redes sociais, e emendam “Nada Pode Nos Deter”, do disco “Embalado à Vácuo”, de 1999. Para esta noite, a banda escolheu um repertório pesado e desfilam clássicos do cancioneiro punk nacional, como a trinca que se segue “Garotos do Subúrbio”, “Restos de Nada” e “Não Acordem a Cidade”.

O show continua com a ótima “Ele Disse Não”, do mini-LP “Pânico em SP”, de 1986, e o cover “São Paulo”, da banda 365. Em seguida o guitarrista Ronaldo Passos assume o vocal e canta a divertida “Eu vou ouvir Ramones”, de sua autoria. O clássico “Desequilíbrio”, gravada por inúmeras bandas, e originalmente da banda Hino Mortal, cujo vocalista e autor Índio estava na plateia prestigiando os velhos amigos, é a canção da vez e o pogo come solto.

Foto: Eli K. Hayasaka / Rock On Board

A banda ainda apresenta uma mescla de músicas da fase mais hardcore da banda, como “Aprendi a Odiar”, “Medo de Morrer”, “4 Segundos”, “Miséria e Fome” e “Morte Nuclear”, com algumas mais trabalhadas com o ska “Nunca Diga Jamais”, “A Cidade não Para”, “Escombros” e clássicos como “Rotina”, “Expresso Oriente”, quando lembram do atual massacre à Palestina, “Pátria Amada” e “Pânico em SP”.

Ainda tivemos um bis com “Franzino Costela”, cover da banda carioca Sex Noise, seguida de “Em pedaços”, do disco “Adeus Carne”, de 1988, e teve tempo para Clemente fazer breve discurso, lembrando casos recentes de violência e entoar um “SEM ANISTIA” antes da banda tocar “Intolerância” e mais um cover para encerrar a noite, “I Fought the Law”, canção de Sonny Curtis, dos Crickets, popularizada pelo The Clash.


Foto: Eli K. Hayasaka / Rock On Board

Uma banda quase toda sexagenária: Clemente e o baixista Anselmo Monstro tem 62 anos, Ronaldo tem 63 e o baterista Nonô é o caçula, com 55, e autodenominado “cuidador” dos outros, que mantém a energia, empatia e carisma, que sigam por muito tempo ainda! O The Town só tem a ganhar com a presença deles.

Ricardo Cachorrão

Ricardo "Cachorrão", é o velho chato gente boa! Viciado em rock and roll em quase todas as vertentes, não gosta de rádio, nunca assistiu MTV, mas coleciona discos e revistas de rock desde criança. Tem horror a bandas cover, se emociona com aquele disco obscuro do Frank Zappa, se diverte num show do Iron Maiden, mas sente-se bem mesmo num buraco punk da periferia. Já escreveu para Rock Brigade, Kiss FM, Portal Rock Press, Revista Eletrônica do Conservatório Souza Lima e é parte do staff ROCKONBOARD desde o nascimento.

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