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A
rapaziada é velha conhecida na cena punk / metal / hardcore paulista, faz
barulho há muitos anos e tem o respeito de todo mundo: o baterista Spaghetti,
membro clássico dos Ratos de Porão
(que lançou ‘apenas’ “Descanse em Paz”, “Brasil” e “Anakophobia”
com a banda, talvez, seus principais álbuns) e o guitarrista e vocalista Vinícius
Vak, membro fundador do poderoso Atroz,
que foi muito atuante na cena, até o falecimento de seu baterista Ricardo Bauer, em 2019, criaram em 2010
o HÖMELESS, banda que faz um som
vigoroso e violento, numa mistura cruel de death metal com punk e hardcore.
Depois
de algumas mudanças na formação e um hiato de alguns anos, a banda se
reestabeleceu e está firme e forte como nunca, com a presença do baixista Rodrigo
Malevolant (de bandas como Pentacorstic
e Malevolant Age) completando o
time.
O
trio não amacia em momento algum e manda seu recado em bom português com letras
críticas e sombrias sobre cotidiano, a natureza humana, violência e por aí vai,
com um som que se pensar em referência para indicar, temos bandas como Lobotomia ou Armagedom, clássicos do barulho underground da década de 1980.
A
banda vem trabalhando firme desde sua retomada e lançou um clipe em 2023, da faixa
“Roda Macabra”, que é uma cacetada e estará no disco que finalmente foi finalizado,
seu primeiro full length, que ouvimos
todo em primeira mão, enquanto a banda realiza tratativas com uma gravadora
europeia para editar o trabalho lá fora em vinil e CD, que também pretendem
lançar em todos os formatos aqui no Brasil.
O álbum abre com “Gritos Desencarnados”, riff assombroso, baixo e bateria alucinantes e a certeza de que os meninos não estão para brincadeira. Na sequência vem “Formas de Acabar com a Vida”, onde a banda recebe a participação especial de Alex Kafer, baixista e vocalista da banda The Troops of Doom, de início mais cadenciado, de repente a bateria descamba para um hardcore nervosíssimo e a porrada vem sem dó ou piedade, som para não deixar pedra sobre pedra.
O
disco tem nove faixas e não tem destaques ou pontos fracos, se equivale do
início ao fim. As faixas são todas curtas, nenhuma delas ultrapassa os quatro
minutos, o suficiente para deixar a mensagem e torcer o pescoço de quem está
ouvindo – e agitando. “Apocalipse Virtual”, “Frio da Morte”, “Ódio no Silêncio”,
a já citada “Roda Macabra”, “Só Ideia Errada”, “Falsos Deuses, Falsos Profetas”
e “Meia Noite”, são a legítima trilha sonora do fim do mundo.
Spaghetti,
Vinícius e Rodrigo atingiram a maturidade sonora e seu trabalho em breve estará
nas ruas mundo afora, é violento, urgente, e muito bem feito! Quero vê-los em
breve em algum palco, será insano!
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