Monsters Of Rock comemora 30 anos com hinos, cantoria e shows históricos

Foto: Ricardo Matsukawa
 
O Allianz Parque recebeu uma legião de fãs para a 8ª edição do festival Monsters of Rock, que comemora 30 anos de existência. A primeira edição aconteceu em 27 de agosto de 1994, no Estádio do Pacaembu, na capital paulista, com oito atrações: KISS, Slayer, Black Sabbath, Suicidal Tendencies, Viper, Raimundos, Angra e Dr. Sin. Já para esse line up comemorativo, as bandas escolhidas foram: Opeth, Stratovarius, Scorpions, Judas Priest, Savatage, EuropeQueensrÿche.

Estreantes entre medalhões
 
Foto: Ricardo Matsukawa
 
Estreantes no Monsters of Rock, Stratovarius e Opeth foram os responsáveis pelo aspecto "novidade no line up", levando um público fiel ao festival. Todas as outras bandas, com exceção do Europe, já haviam passado por alguma edição anterior, algumas inclusive, já são figurinhas carimbadas do público - como o próprio Scorpions, que esteve presente no último Monsters [saiba como foi aqui].

Coube ao Stratovarius esquentar os amplificadores e fazer a galera de preto entrar cedo no estádio. Os mestres do metal melódico iniciaram o seu show antes mesmo do meio dia e não decepcionaram. A banda que é formada por Timo Kotipelto (vocais), Jens Johansson (teclados), Matias Kupiainen (guitarrista), Lauri Porra (baixista) e Rolf Pilve (baterista) apresentaram um show com excelente execução e recepção do público, que aos poucos enchia o Allianz Parque para prestigiar o melhor do Power Metal.
 
Foto: Ricardo Matsukawa
 
A segunda banda do dia, era também a mais diferente em termos de sonoridade. O Opeth traz um som que passeia entre o doom e o metal progressivo, e era o único a contar com o vocal gutural, diferente de todas as outras atrações, permeadas por cantores de gogó à lá falsetes ou pré-disposto para rock ballads. Os suecos fizeram um show impecável e certamente conquistaram novos fãs.
 
Segurança até para dispensar sucessos
 
Foto: Ricardo Matsukawa
 
Não fazer sentido, faz TODO sentido, par a banda formada por Todd La Torre (vocalista), Michael Wilton (guitarra), Mike Stone (guitarra), Eddie Jackson (baixo) e Casey Grillo (bateria). O Queensrÿche mostrou muito segurança em relação ao setlist apresentado durante o show, que deixou de fora a clássica balada "Silent Lucidity" e "Jet City Woman" - talvez as duas mais conhecidas da banda aqui no Brasil, e que estão no álbum Empire. Os dois hits rejeitados são da fase áurea da MTV Brasil, e tiveram seus clipes altamente veiculados no início dos anos 90. Mas a banda compensou com outras escolhas acertadas, como por exemplo, "I Don't Believe in Love", do petardo Operation: Mindcrime, além de "Walk In The Shadows", "Empire" e "Eyes of Stranger". O show deles também foi marcado pela excelente performance de La Torre, que está há mais de uma década no grupo, após substituir o icônico Geoff Tate.

Show emocionante no retorno do Savatage
 
Foto: Ricardo Matsukawa
 
Foi histórico o retorno do Savatage no Brasil, e justificou a presença da banda na edição de 30 anos do festival Monsters of Rock. Com uma apresentação emocionante, o grupo comoveu todos os fãs presentes no Allianz Parque. Após um hiato de uma década longe dos palcos, a banda formada por John Lee Middleton (baixista), Zak Stevens (vocalista), Chris Caffery (guitarrista), Jeff Plate (baterista) Al Pitrelli (guitarrista) e Jon Oliva (tecladista e também vocalista) foi recebida de forma acalorada pelo público e certamente foram os mais aclamados pelos fãs quando o nome foi exibido nos telões. Por problemas de saúde, Jon Oliva se ausentou e pediu para que os demais integrantes seguissem sem ele. Mas isso não impediu que o show do Savatage perdesse o brilho. Muito por conta de Zak Stevens, que esbanjou excelente forma vocal, impressionando os fãs da banda e os admiradores mais contidos. O show de retorno contou com momentos emocionantes e repletos de hinos da banda. Mas o auge mesmo foi na música "Believe", que fez o público entoar o refrão à plenos pulmões, causando um efeito emotivo e memorável.

Estreia no Monsters com show digno de headliner
 
Foto: Ricardo Matsukawa
 
Com quatro décadas de estrada e dezenas de milhões de álbuns vendidos, o Europe fez um show digno de headliner. A banda, que estreou no festival, entregou um show empolgante, do jeitinho que todo fã de Hard Rock ama. Ou seja, não faltaram os hinos, um atrás do outro. "Cherokee", "Carrie", "The Final Countdown", "Superstitious" e a deliciosa - e grudenta - "Rock the Night", garantiram olhos atentos e afiados a cada passo do carismático vocalista Joey Tempest, que interagiu com a multidão o tempo inteiro, inclusive em português. Outro que não passa batido no palco, é o excepcional John Norum, que desfilou solos com a desenvoltura cirúrgica dos grandes guitar-heroes.

Abençoados pelo Deus do Metal
 
Foto: Ricardo Matsukawa
 
55 anos de Heavy Metal e contando. Carregar o apelido de "Metal God" não é para qualquer um, concordam? Mas Rob Halford faz jus a isso como nenhum outro vocalista nascido no planeta Terra até então. Indo dos agudos aos guturais em uma questão de segundos, e exibindo uma versatilidade vocal invejável, Halford segue praticamente intacto aos 73 anos. Na companhia do Deus do Metal, dois membros de longa data - Ian Hill (baixo) e Scott Travis (bateria) -, além da ótima dupla de guitarra composta por Andy Sneap e Richie Faulkner. De volta ao festival após uma década, o Judas Priest entregou mais uma vez o melhor do metal para o público. Em meio a chuva que castigava São Paulo, e os agudos estridentes de clássicos como "Painkiller", "Victim Of Changes", "Breaking The Law", "Electric Eye" e "Turbo Lover", o grupo executou sua coleção de clássicos de forma perfeita, surpreendendo até os ouvidos mais exigentes. Após o showzaço no Monsters, ficou fácil entender como eles conseguem ainda se manter tão relevantes depois de 55 anos de estrada, e ainda arrastando multidões por arenas do mundo inteiro. 

Clima de emoção no encerramento do festival
 
Foto: Ricardo Matsukawa
 
Klaus Meine (vocalista), Rudolf Schenker (guitarra), Matthias Jabs (guitarra solo), Pawel Maciwoda (baixo) e Mikkey Dee (bateria) são exemplos de história a ser celebrada. Quando o assunto é a banda mais antiga em atividade até hoje, o Scorpions ganha disparado! São 60 anos de vida e trabalho totalmente dedicados ao Rock. Nossos ídolos não são mais jovens. Alguns não cantam como antes e a agilidade no palco não é mais a mesma. Mas a entrega sim, a vontade também, e é isso que devemos respeitar: a história, o legado e a relevância. Debaixo de muita chuva e com o Allianz Parque lotado, era o momento perfeito para uma noite de clássicos. A banda começa o show com uma apresentação no telão com todas as fases da banda, do início até os momentos mais recentes do quinteto. 
Com uma entrega acima da média, mesmo com as limitações de Klaus, (notadas por alguns fãs), e com perfeita harmonia entre os integrantes (cada um do seu jeito), dando seu melhor no palco. "Coming Home" abriu o show, que seguiu com os clássicos desses 60 longevos anos de carreira, como "The Zoo", "Bad Boy Running Wild", e a balada romântica "Send Me an Angel". Já os superhits "Wind of Change, "Big City Nights e "Rock You Like a Rock Hurricane" e "Still Loving You" foram cantados por uma plateia lotada e iluminada, que referenciava seus ídolos entre lágrimas e muita emoção.

Karla Beltrani

É colaboradora do site Rock On Board e apaixonada por música e Rock N´ Roll desde que se entende por gente e não vive sem uma boa trilha sonora! Adotou o Hard Rock como sua vertente preferida nesse enorme universo chamado Rock! Já foi vocalista de um Whitesnake Tributo, suas três bandas de cabeceira são: Aerosmith, Kiss e Whitesnake, além de ser fã assumida da banda KISS! Tendo a façanha de entrevistar personalidades do Rock como: David Gilmour (Pink Floyd) e Ozzy Osbourne (Black Sabbath)

2 Comentários

  1. Excelente matéria. Traduziu perfeitamente o que foi o dia do monster of rock 2025

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  2. Foi emocionante do começo ao fim. Ver o Savatage de perto foi gratificante do começo ao fim.

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