⭐⭐⭐⭐⭐5/5
Desde o primeiro single, Rock and Roll Party Cowboy, fica claro que a banda não perdeu sua característica mais marcante: a energia vibrante, as letras divertidas e os riffs de guitarra que fazem qualquer um levantar da cadeira. A faixa, que é uma celebração ao estilo de vida rock’n’roll, traz aquela sonoridade familiar que muitos já associam à banda, mas com um toque mais refinado. O vocal de Justin Hawkins, com seu falsete inconfundível, domina a faixa e cria uma atmosfera cheia de diversão e vitalidade.
A seguir, I Hate Myself complementa bem a proposta inicial, mantendo a energia alta e os riffs suprimindo qualquer indício de cansaço. As guitarras continuam a brilhar com destaque, com solos rápidos e poderosos que remetem aos grandes momentos do hard rock. A letra, no entanto, é onde o The Darkness realmente se destaca — equilibrando auto ironia e emoção, com tema que vai de desilusão pessoal a relacionamentos complicados.
Hot on My Tail, a faixa seguinte, segue no mesmo tema da canção anterior, mas trazendo uma sonoridade mais country, diferente de tudo o que a banda já havia feito, mostrando claramente toda a sua versatilidade, sem perder a sua essência.
Embora a banda ainda conserve suas características divertidas e exageradas, Dreams on Toast apresenta algumas nuances mais introspectivas, especialmente nas faixas Hot on My Tail, Cold Hearted Woman, Mortal Dread e Don't Need Sunshine. Nas duas primeiras, a banda segue explorando o tema de relacionamentos complicados, mas arrisca uma sonoridade diferente, com uma pitada de country, algo inédito em suas criação. Já em Mortal Dread e Don't Need Sunshine, o The Darkness arrisca explorar um lado mais melódico e menos frenético, dando aos ouvintes a chance de ouvir uma versão mais madura do grupo. A produção mais polida e detalhada permite que essas faixas respirem de maneira mais orgânica, sem perder o impacto das canções mais energéticas.
The Longest Kiss e The Battle for Gadget Land também exploram essa ideia de equilíbrio entre a pegada explosiva e momentos de suavidade. A primeira é uma das faixas mais emocionais do álbum, com um tom melódico que ainda consegue manter a irreverência e o toque cômico da banda. Já a segunda, embora mais experimental, leva a banda a um território quase conceitual, misturando hard rock com uma pitada de psicodelia que soa fresca, sem perder a essência do The Darkness.
Não podemos falar do The Darkness sem mencionar sua inconfundível habilidade para criar faixas que, embora descontraídas, exalam uma energia incontrolável. Walking Through Fire é perfeita para quem espera a dose certa de guitarras rápidas e ritmos marcantes. É um verdadeiro hinos de glam rock, trazendo uma energia arrebatadora que nos leva de volta aos anos 70, mas com a atualidade do som da banda.
Weekend in Rome encerra o álbum com um sorriso nos lábios. Com uma letra que soa quase como uma farsa romântica, a canção tem a leveza de um bom final de festa, com um tom satírico que talvez não agradaria a todos, mas que funciona perfeitamente para a proposta do disco.
Em Dreams on Toast, o The Darkness se reinventa sem perder sua identidade. A produção, majoritariamente realizada pelo guitarrista da banda, Dan Hawkins, permite que cada instrumento seja ouvido com clareza, dando uma nova profundidade ao som da banda. As guitarras, sempre o ponto forte do grupo, estão mais afiadas e exploradas de maneiras que não se limitam apenas ao hard rock. A bateria de Rufus Taylor também é mais presente, com uma pegada mais ousada que faz a diferença nas faixas mais intensas.
Ao longo do álbum, há uma mistura interessante entre o estilo clássico do The Darkness e elementos novos que mantêm o disco fresco. A inserção de ritmos mais elaborados e a experimentação com arranjos mais complexos são sinais de que o grupo está disposto a explorar novas possibilidades sem abrir mão do que o tornou uma referência no rock.
Em resumo, Dreams on Toast é um álbum que traz um The Darkness mais maduro, mas sem perder sua essência divertida e irreverente. Com faixas poderosas e momentos mais introspectivos, a banda consegue equilibrar a nostalgia do rock clássico com novas experimentações sonoras. No entanto, o que realmente se destaca neste álbum é a habilidade da banda de ser divertida e ao mesmo tempo, reflexiva.
O trabalho tem força suficiente para agradar tanto aos fãs antigos quanto aos novos ouvintes. Dreams on Toast é a prova de que o The Darkness ainda tem muito a oferecer no cenário do rock, com sua combinação única de humor, musicalidade e energia contagiante. Para quem já é fã, este álbum vai continuar a festa. Para quem ainda não conheceu o trabalho da banda, essa é uma ótima porta de entrada.