Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
Coube ao Dead Fish a tarefa de abrir o palco principal no primeiro dia de Lollapalooza Brasil 2025. Se apresentando por volta de 12h45, o grupo capixaba constatou a fama de bons de palco, com um show cheio de energia, que empolgou até aqueles que chegaram cedo apenas para colar na grade e esperar o show de Olivia Rodrigo, atração principal dessa sexta-feira.
Com o pé na porta, "A Urgência", hino do clássico Zero e Um, fez brotar alguns fãs da banda, que ainda chegavam no Autódromo de Interlagos. Não demorou muito para a galera começar a se identificar com algumas letras, e com isso era possível ver muita gente cantando, mesmo que à distância do palco, enquanto o sol forte castigava os que decidiram chegar cedo. Leques, tangas, sombreiras e todo tipo de artefato que protegesse do calor era utilizados sem pudor pelo povo do gargarejo.
Mas comprovando a ótima fase criativa, o grupo mostrou canções do mais npvo e excelente disco, Labirinto da Memória. Uma das melhores do álbum, é o primeiro single, "Dentes Amarelos", que mostrou o poder de fogo do grupo, que já se encontra na prateleira dos veteranos. A canção faz uma reflexão sobre a importância de ser o que é, e sobreviver, mesmo com vitórias e fracassos na vida. "Aprendendo a ter orgulho dos meus dentes amarelos / Que rangem quando falo, mas se calo, esfarelam", canta Rodrigo Lima.
Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
Sempre agitando, com pulos, chutes no ar e muita simpatia, Rodrigo Lima nunca erra quando o assunto é performance de palco. Além dos discursos políticos afiados, ele brincou com o público, ao fazer um trocadilho com o nome da principal atração do dia. "Meu nome não é Olivia, mas também sou Rodrigo! Por favor, me aplaudam”, disse. Em “Estaremos Lá”, o vocalista explicou o contexto da música, que é uma uma crítica à ditadura militar (1964-1985). Por falar nisso, é interessante citar, que de todos os grandes festivais que acontecem no Brasil, o Lolla é o que reúne em sua história, mais artistas dispostos a se manifestar ideologicamente em cima do palco.
Rodrigo também falou com orgulho de "Asfalto", que está sendo usado como tema por uma associação de estudantes. Agitando o seu microfone de cor rosa, ele berra o trecho que representa perfeitamente a proposta do grupo: "Ninguém vai nos parar! Não tente nos parar!", diz parte da canção.
Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
No final, o grupo ainda evidenciou o discurso da luta contra o capitalismo. “Vocês, jovens, estão prontos para os próximos 20 anos, com o fim do capitalismo? Se estivermos juntos, nada destrói a gente”, bradou Rodrigo. E é claro, não poderiam faltar pancadas como "Afasia" e "Bem-Vindo ao Clube". No único show de hardcore do dia, ninguém poderia resumir tão bem o contexto do gênero, com riffs rápidos, ritmo pulsante e letras que saem do fígado direto para o microfone. Uma aula aos iniciados.