Ao vivo o Sepultura possui um espetáculo de peso e
entrosamento por um todo. A qualidade dos músicos é incontestável, e além
disso, possuem um vasto legado com álbuns estourados mundialmente, e fazer um
show de uma hora passando tudo isso é difícil, mas aqui o recado foi dado da
melhor forma.
Derrick e sua potente voz gutural, mesmo que hoje estivesse um pouco mais rouca que o normal - nada que pudesse prejudicar sua performance -, possui o público na mão com sua presença e português afiado “Vocês são do caralho!”, diz a toda hora. E com uma apresentação que iniciou com uma dobradinha que deixou claro que seria uma noite espetacular com “Refuse/Resist” e “Territory”, rodas e mais rodas de pogo se iniciam desde já.
“Desperate Cry” do aclamado Arise de 1991 foi a surpresa da noite para os fãs mais fiéis e old school. Do Quadra, álbum de 2020 que infelizmente não teve muita visibilidade devido à pandemia, teve a “Means To An End” com uma bateria de invejar a execução de Greyson Nekrutman, que foi escalado para essa turnê após a saída de Eloy Casagrande. Esse mostra que tem muita técnica em execuções como “Arise”, “Kairos”, que é um hino, e “Attitude”. “Essa é trash oldschool, galera! Lá de 87” anuncia o guitar hero Andreas Kisser, ao tocar “Escape To The Void” do “Schizophrenia”. É porrada atrás de porrada, até aqui.
Ainda teve a instrumental “Kaiowas” com participação do dono do festival, Perry Farrel, e Junior Lima, que tocaram surdo assim como outros convidados. Nesse momento a banda sempre convida os amigos em forma de celebração. Para finalizar teve “Ratamahata” e “Roots Bloody Roots” ambas do Roots de 1996, e essas abriram as maiores rodas de pogo do festival, com toda certeza.
Nada mais como a maior banda de metal que temos desse país, em mais um show épico que, com certeza, angariou novos fãs, que infelizmente possuem só até o final do ano que vem para ver mais uma vez, se der, lógico. Mas caso não dê, presenciaram uma apresentação ímpar.