Reprodução Multishow
Com a chuva castigando (só para variar um pouquinho), indo e voltando, o público ficou firme para assistir a menina de Oslo, Marie Ulven Ringhein, AKA, Girl In Red.
Uma das maiores vozes da comunidade lgbtqia+ na cena indie rock atualmente, Girl In Red prometia trazer para o Lollapalooza seus frequentes temas de amor para um público que estava ali, na maior parte, para assistir Olivia Rodrigo. Tarefa no mínimo ingrata e perigosa.
Com quase 45 minutos de atraso, Girl In Red entrou com a dançante "Doing It All Again" para mudar o clima na sequência com a agressiva "Bad Idea". Excelente início com uma Marie totalmente insana.
Após elogios a São Paulo ela apontou o arco-íris relacionando-o com o público gay e disse: "If God is Gay so is São Paulo!". Provocante e sincera, somente "Girls" poderia ser tocada... e foi.
Com uma pegada no melhor estilo Nirvana, "Dead Body In The Pool" cativou ainda mais o público que, se não era dela, passou a ser, e mesmo com a mais intimista "Midnight Love", próxima música do set-list, a intensidade não diminuiu.
Ligeiramente nervosa com alguns problemas técnicos, a prolixa Marie regeu milhares de mãos na fofa "I'll Call You Mine", mostrando ser esse furacão delicado com um carisma absurdo.
"Too Much" do mais recente I'm Doing It All Again, Baby (2024) veio com uma pegada mais radiofônica, mas não empolgou tanto. Mas o mesmo não pode ser dito do seu maior hit "We Fell In Love In October" que foi cantada do início ao fim. Outra faixa autobiográfica que trouxe Interlagos aos seus pés e encantos.
Uma leve pegada punk em "You Stupid Bitch" continuou mantendo o astral bem animado e emendou com "Serotonin" com seu arranjo cheio de influências eletrônicas.
"I Wanna Be Your Girlfriend" foi outra pérola indie com Marie interagindo com a plateia enquanto cantava "I don't wanna be your friend, I wanna kiss your lips". Bem, quem não se identificou com essa parte pelo menos uma vez na vida, certamente não viveu.
Com apenas pouco mais de 40 minutos, Girl In Red deu seu recado de forma avassaladora e justificou todo hype em cima da norueguesa.
