WRY e Vapors of Morphine arrebatam e empolgam o Cine Jóia numa grande noite!

Foto: Ricardo A. Flávio

Um erro comumente adotado pela grande maioria das pessoas que frequentam shows de rock é não dar a devida atenção aos artistas encarregados dos shows de abertura. E afirmo que o mesmo erro é praticado por boa parte dos artistas principais, que por vezes nem sabem quem abre seus shows.

Dito isso, afirmo categoricamente que quem preferiu tomar uma cerveja na porta ou simplesmente decidiu chegar mais tarde para ver apenas VAPORS OF MORPHINE, perdeu um grande show da rapaziada sorocabana da banda WRY!

Na estrada desde 1994, com muitos discos e carreira internacional na bagagem, a banda hoje tem Mario Bross na guitarra base e vocal, Luciano Marcello na guitarra solo, William Leonotti no baixo e o aniversariante da noite Ítalo Ribeiro na bateria. A banda sobe ao palco tocando “Where I Stand”, do álbum “Reviver”, de 2021. E com a casa enchendo lentamente, a frente do palco estava repleta de fãs da banda, que cantaram todas as músicas, principalmente o grande público feminino presente para vê-los.

Foto: Ricardo A. Flávio

O repertório foi bem dividido, fazendo um breve balanço da carreira, com destaque para mais faixas do álbum “Noites Infinitas”, de 2020, além de também prestigiar o último trabalho deles, “Aurora”, o bom disco lançado em 2022, que tinha vinil disponível para venda na banca do merchandising. Finalizaram o show com “In the Hell of my Head”, presente em “Flames in the Head”, álbum de 2005, que fez o público cantar junto o refrão e terminou de maneira empolgante, tanto para banda quanto para a plateia. Rapaziada de parabéns por um grande show.

Ainda enquanto os meninos de Sorocaba desmontavam seus equipamentos, Dana Colley, saxofone e voz, Jeromy Lyons, baixo, guitarra e voz e Tom Arey, bateria, o time atual de VAPORS OF MORPHINE, subiram ao palco para eles mesmos finalizarem a arrumação de seus instrumentos. Esbanjando simpatia, foram ovacionados pela turma do gargarejo.

Foto: Ricardo A. Flávio

Com tudo pronto, descida rápida ao camarim e volta ao palco pontualmente às 22h00, para iniciar o show com “Have a Lucky Day”, faixa do álbum de estreia do Morphine, “Good”, lançado em 1992. Do mesmo disco emendaram mais duas, a faixa título e “The Other Side”.

Nunca é demais lembrar que o Morphine, banda que originou o VAPORS OF MORPHINE, acabou oficialmente em 1999, após seu líder, vocalista, baixista e principal compositor, Mark Sandman, sofrer um ataque cardíaco fulminante em cima do palco, aos 46 anos, na Itália, e vir a óbito. A banda havia lançado quatro discos e chegou a lançar um póstumo, o excelente “The Night”, no ano 2000, e desde então os outros caras da banda voltaram a tocar com outros nomes, primeiro MEMBERS OF MORPHINE, MEMBERS OF MORPHINE & JEROMY LYONS, que chegou tocar em São Paulo, numa edição da Virada Cultural, até chegar em VAPORS OF MORPHINE, inspirados numa brincadeira, quando alguém perguntou ao vocalista se ele brincava com “os vapores da morfina”.

Voltando ao show, tocam “I’m Free Now”, outra faixa do Morphine, essa do disco “Cure For Pain”, o mais bem sucedido da banda, de 1993.

Mostrando que não vivem apenas do passado, tocam “Drop Out Mambo”, do último álbum, “Fear & Fantasy”, lançado em 2021 e “Renouveau / Daman N’diaye”, gravada no disco “A New Low”, de 2016.

O show caminha calcado no repertório do Morphine e leva o público ao êxtase, o que também é fato graças a simpatia dos músicos, que conversam com o público, respondem chamados e em nenhum instante foram “estrelas”. Dana Colley chega a oferecer cerveja ao público e entrega uma lata que estava em um balde de gelo à sua frente para um fã na plateia.

Tocaram mais algumas faixas de “Cure For Pain”, também se lembraram do disco “Yes”, de 1995, e do póstumo “The Night”. A banda se despediu dos fãs após tocar “Souvinir”, do disco póstumo, mas voltou rapidamente após chamados efusivos da plateia e emendou seu maior sucesso, “Buena”, presente em “Cure for Pain” e finalizou o show com “French Fries with Pepper”, do único álbum que havia ficando de fora até então, o “Like Swimming”, de 1997.

Foto: Ricardo A. Flávio

Uma noite sensacional é medida pela quantidade de rostos felizes na saída, e nesta noite, só existiram sorrisos e êxtase. Tiro certeiro da produtora Maraty, capitaneada pelo jornalista André Barcinski em parceria com o produtor Leandro Carbonato, que já estão alinhados também com Mudhoney, Helmet e Teenage Fanclub, para breves turnês em terras brasilis. Estaremos lá!

Ricardo Cachorrão

Ricardo "Cachorrão", é o velho chato gente boa! Viciado em rock and roll em quase todas as vertentes, não gosta de rádio, nunca assistiu MTV, mas coleciona discos e revistas de rock desde criança. Tem horror a bandas cover, se emociona com aquele disco obscuro do Frank Zappa, se diverte num show do Iron Maiden, mas sente-se bem mesmo num buraco punk da periferia. Já escreveu para Rock Brigade, Kiss FM, Portal Rock Press, Revista Eletrônica do Conservatório Souza Lima e é parte do staff ROCKONBOARD desde o nascimento.

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