No Rio, Toto confirma status e relevância na história da música

Foto: Amanda Respicio
 
Depois de 17 anos, os fãs da banda Toto voltaram a sonhar em ver a sua banda preferida nos palcos das terras cariocas. Seja jovem, adulto ou idoso, sempre tem alguém que conhece essa banda, mesmo que não conheça de nome. Toto é o tipo de banda que o desinformado, quando ouve a sua música, diz: "aaah, então é deles...".  Toto coleciona hits desde os anos 70, como “África”, "Rosanna", "Hold The Line" e inúmeros outros que não caberiam em sua apresentação na turnê Dogz of Oz, que aconteceu no Arena Jockey, no último dia 26. Com Steve Lukather, Joseph Willians, Greg Philinganes, Shannon Forest, John Pierce, Warren Ham e Steve Maggiora na atual formação desta banda que tem os melhores músicos do mundo em suas fileiras, desde sempre, Toto é incrível.

E essa noite começa pontualíssima, abrindo com a canção "Girl Goodbye", sem cerimônia nem mistério, fazendo apenas o que eles se propõem a fazer: tocar majestosamente. Já logo na segunda música, a porrada madruga no show, com "Hold The Line" já puxando a galera pra coro, junto com os senhores do palco. E como senhores que são, "99" dá as caras pra acalmar um pouco os ânimos, tão cedo despertados. Para apreciadores de piano, Greg Phillinganes mostra toda a sua habilidade no instrumento, dedilhando um solo que caiu muito bem numa preparação para a canção "Burn", do álbum Toto XIV.

Foto: Amanda Respicio
 
"I’ll Be Over You", balada oitentista ansiosamente aguardada pelos românticos presentes no local, também vem para mostrar que os jovens anciãos estão com tudo, e só nos cabe sentir os solos de guitarra hipnotizantes de Steve Lukather, costurando com "Stop Loving You", pra instigar ainda mais o público pra cantar e não deixar a energia cair, já sendo seguida por "Little Wing". Que sequência, gente, que sequência!

E vem a vez do baterista Shannon Forest brilhar e demonstrar a sua capacidade absurda de controle dos ritmos quebrados, que poucos grupos tem, rendendo tributos ao eterno Jeff Porcaro, acompanhado por um incrível jogo de luzes no compasso do artista - cuja posição foi ao lado dos demais integrantes, sem ficar tradicionalmente no fundo do palco, como é comum vermos em shows tradicionais. 

A banda mostrou-se harmonizada também no clima em cima do palco entre eles, super alto astral, sentido intensamente pelo público, que foi até brindado com pequenas palhinhas como "Hakuna Matata", do filme O Rei Leão, originalmente cantada pelo vocalista Joseph Willians (mais um exemplo de como você conhece o Toto mais do que pensa que conhece). Esbanjaram carisma e simpatia e o show foi um verdadeiro presente aos que sonharam por esse momento nos últimos quase 20 anos de hiato.
 
Foto: Amanda Respicio
 
O repertório ainda contou com grandes sucessos como "I’ll Suply The Love", "George Porgy", "Dying On My Feet", e os caras fizeram o verdadeiro coral na canção "With a Little Help From My Friend", trazendo um pouco da essência dos corais das igrejas de Louisiana, com muita sintonia, e impecáveis na execução.

Por último, e com certeza, não menos importante, a banda vem sinalizando o fim da apresentação com a icônica "Rosana", e a mais pedida e esperada da noite, "África" - a célebre "chave de ouro" - dá voz ao público para o som unissonante,  dando em todos que estavam na Gávea esta noite, aquele banho energético, místico, mágico, misto de alma lavada e sonho realizado.

Amanda Respicio

Produtora audiovisual da Corrente Produções, atuando como fotógrafa cultural desde 2014, fotógrafa artística desde 2019, musicista, metaleira e erudita, pianista formada desde 2013, sempre acreditou que a música é o principal remédio para a alma.

1 Comentários

  1. Como Fã da banda Toto desde os anos 80, assisti a esse show emocionada. Mesmo tendo certeza da qualidade do trabalho desta banda, é de encher olhos, ouvidos e o coração o trabalho impecável desses artistas. Steve Lukater sem dúvidas tem DNA alienígena exatamente como Joseph Willians mencionou na apresentação da banda, com suas guitarras deu verdadeiro show nos solos. O conjunto da obra realmente foi impressionante. A potência , qualidade e simpatia do grupo foram decisivos para um dos melhores shows que já assisti.

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