Saiba como foi o primeiro dia do Knotfest Brasil

Foto: Carol Goldenberg / Rock On Board
 
Começou neste sábado (19), a segunda edição do Knotfest Brasil, festival criado pela banda Slipknot. Após o cancelamento da edição de 2023, os fãs estavam ansiosos por esse reencontro e nem mesmo a chuva, que quase não deu trégua durante todo o dia, espantou a multidão.
 
Novo local e estrutura

Diferentemente da sua primeira edição, que aconteceu no Anhembi em 2022 [saiba como foi AQUI], este ano o festival está sendo realizado no Allianz Parque. Ele segue tendo dois palcos que alternam as bandas do line-up, mas, desta vez, os palcos encontram-se lado a lado, sendo o palco principal (Knotstage) bastante grande, enquanto o palco secundário (Maggot Stage) ocupa um singelo espaço ao seu lado.

Outra novidade trazida este ano foi a área VIP, localizada em frente ao Knotstage. Ela ocupa um espaço considerável da pista e é dividida entre os dois setores VIPs vendidos: Maggot e Unsainted. Em frente à área VIP, foi colocado o setor de PCDs.

Maggot Stage tem shows enxutos e falha técnica no Ratos de Porão

Neste primeiro dia, o Maggot Stage foi dedicado apenas à bandas brasileiras. Os seus shows aconteceram nos intervalos dos shows do Knotstage e tiveram duração de 30 minutos cada. Apesar da ideia ser interessante, ocupando o espaço vazio de troca de banda no palco principal, os shows acabam sendo muito pequenos (aproximadamente 5 músicas cada) e deixando o público com gostinho de "quero mais". Dito isso, as bandas que ali se apresentaram mostraram toda a potência que tem o metal brasileiro e não deixaram a desejar quando comparadas com muitas das bandas gringas. Nem o Ratos de Porão, que, por falha técnica de produção precisou tocar no escuro, desanimou, e entregou uma apresentação inesquecível. O Maggot Stage contou neste primeiro dia com as apresentações da Eskröta, Kryour, Eminence, Project 46, Krisiun e Ratos de Porão.
 
Bandas suecas dominam o line up

Diferente do palco alternativo, o Knotstage contou apenas com atrações gringas. Entre bandas europeias e americanas, das 6 bandas que ali se apresentaram (Orbit Culture, Dragonforce, Meshuggah, Amon Amarth, Mudvayne e, claro, Slipknot), 3 delas foram bandas suecas, o que comprova a força que o país tem no cenário do metal.
 
A primeira delas, que abriu as apresentações no Knotstage foi a Orbit Culture. Em sua estreia no Brasil, a banda sueca de melodic death metal apresentou um show visualmente simples, sem grandes efeitos ou pirotecnias, e entregou um espetáculo interessante, que fez jus à abertura do festival.
 
Dragonforce: um dos melhores shows do dia!

As apresentações do Knotstage seguiram com os britânicos do Dragonforce, que deram um show de power metal. Voltando à América Latina após 10 anos, a banda passeou pelos seus grandes hits (como "Cry Thunder" e "Fury of the Storm"), incluindo aqueles que compõem trilhas sonoras de videogames ("Power of the Triforce" e " Soldiers of the Wasteland") e o clássico do jogo Guitar Hero ("Through the Fire an Flames"), além de apresentar covers de Celine Dion ("My Heart Will Go On") e de Taylor Swift ("Wildest Dreams") em versão metal. Foi uma apresentação bastante divertida, cheia de brincadeiras, e engajante. Na minha opinião, foi uma das melhores apresentações do dia.
 
Meshuggah, Amon Amarth e Mudvayne não decepcionam

Em seguida tivemos a tão aguardada Meshuggah, que também não se apresentava no Brasil há uma década. Com muita técnica e peso, o grupo deu um show inesquecível de metal extremo, focando o setlist nos seus principais trabalhos. Eles passearam por "Broken Cog", "Kaleidoscope", "God He Sees in Mirrors", "Bleed", além da clássica "Future Breed Machine". Tudo isso enfatizando sua marca registrada, o djent, um estilo caracterizado por som de guitarra altamente distorcido, de timbre grave e percussivo, criando uma sonoridade abafada.
 
Foi então a vez do último dos suecos se apresentar, o Amon Amarth. Trazendo sua festa viking de volta ao país após sua última apresentação em 2020, a banda enlouqueceu a multidão. O cenário teatral montado no palco, com guerreiros vikings infláveis e decoração que simulava um navio, em conjunto com a presença marcante dos integrantes da banda tornou a apresentação memorável. O público cantou todas as músicas a plenos pulmões e nem a chuva os inibiu de sentar no chão e remar na clássica "Put Your Back Into the Oar". Johan Hegg se arriscou no português (muito bem falado para um gringo), agradecendo o público e a festa. Ainda mandou um "saúde", após a querida "Raise Your Horns". Com todo o seu carisma e técnica, com certeza a banda deixou todos os presentes ansiosos pelo seu próximo retorno.
 
Seguindo para o final da noite, tivemos a estreia do Mudvayne no Brasil. E a espera de mais de 30 anos não decepcionou. O público estava tão animado que, em certos momentos, não se escutava nem a banda cantando, apenas a multidão entoando suas músicas. Foi o que aconteceu na abertura, com "Not Falling" e no encerramento, com "World So Cold", "Happy?" e "Dig". A banda estava visivelmente feliz de estar tocando aqui, homenageando o país até na pintura em suas caras, com o baterista Matthew McDonough pintando o rosto de verde e amarelo e o guitarrista Marcus Rafferty pintando-o com a bandeira do Brasil. A apresentação e a reação do público mostrou que Mudvayne não pode ficar mais 30 anos sem vir ao país.
 
Slipknot: pesadelo circense eletrizante
 
Por fim, chegou o momento tão aguardado por todos os Maggots ali presentes: a apresentação dos headliners e hosts do festival, Slipknot. A banda foi recebida pelo público com gritos eufóricos do nome de Eloy Casagrande, que estava fazendo sua estreia no Brasil com a banda e foi o destaque da noite.
 
Corey Taylor (voz), Shawn “Clown” Crahan (percussão), Mick Thomson (guitarra), Jim Root (guitarra), Sid Wilson (DJ), Alessandro Venturella (baixo), Eloy Casagrande (bateria) e Michael “Tortilla Man” Pfaff (percussão), mostraram para o que vieram e provaram que são os gigantes do metal. Na primeira das duas apresentações que a banda fará no festival, nesta noite o setlist comemorativo dos seus 25 anos foi dedicado aos grandes clássicos da banda, deixando de lado o seu último álbum, "The End So Far" e sem focar no seu álbum de estreia, que será tocado na íntegra na segunda apresentação. O setlist contou com hinos como "Psychosocial", "Before I Forget", "The Devil in I",  "Unsainted" e "Spit it Out".
 
A apresentação eletrizante do Slipknot, que te deixa até tonto sem saber para onde olhar de tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, com os músicos indo cada um para lado do palco, interagindo com o público, os diferentes sets de percussão, os DJs incluindo uma pegada mais eletrônica, tudo isso cria a magia de um show do Slipknot. É um "pesadelo circense" do qual você não quer mais acordar.

Carol Goldenberg

Advogada de formação, amante incondicional da música desde terna idade. Frequentadora assídua de shows e festivais, sempre presente nas plateias dos mais variados gêneros. Guitarrista, roadie e guitar tech. Recentemente, decidiu seguir seu coração, ingressando no mundo da produção de eventos.

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