Evanescence acerta no repertório e justifica protagonismo no Rock in Rio

Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
 
O Evanescence foi a penúltima atração do Palco Mundo na noite deste domingo (15/09) no Rock in Rio. Com um atraso de 15 minutos por problemas técnicos com o retorno da vocalista Amy Lee, o grupo subiu ao palco ainda sentindo os efeitos dos problemas. “Broken Pieces Shine” sofreu um certo atraso no tempo da música, que atrapalhou o começo, demorando a engrenar a sintonia da banda e com o público.

Em “Made  Of Stone”, o som ficou um pouco melhor e o público compensou as dificuldades, empolgado e participando, cantando junto. “Obrigada Rio! É uma honra estar aqui com vocês novamente, nesse show de comemoração de 40 anos do festival. Vocês estão se divertindo?", questionou a vocalista, sendo simpática com o público.

“Yeah Right” veio em seguida, mas foi “Going Under” que arrancou gritos da plateia, que acompanhou Amy Lee a plenos pulmões por toda canção. Foi só aí que o som pareceu realmente se acertar.“The Game Is Over” foi entoada a seguir. Em “My Heart Is Broken” o público foi trazido ainda mais pra perto e envolvido no clima de nostalgia dos anos 2000.
 
Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
 
O Evanescence parece ter, finalmente, entendido que o público dos grandes festivais quer ouvir os maiores sucessos da banda, não apenas músicas novas de lançamento de álbum. Com isso, eles mesclaram os grandes sucessos de diferentes álbuns para montar o setlist do Rock in Rio.

“Wasted On You” e “The Change” vieram a seguir. Antes de anunciar “Take Over”, Amy declarou: "Essa canção é sobre cortar pessoas tóxicas da sua vida".

A vocalista interagiu na medida certa com o público, sem fazer discursos longos e cansativos, mas também sem ignorar os fãs tão fieis do Brasil. Parecia estar realmente se divertindo com o show. Continuando o setlist de sucessos, vieram “The End Of The Dream”, “Better Without You”, “Call Me When You're Sober” e “Imaginary”.

"Não deixe ninguém falar por você, não deixe ninguém dizer quem você é. Mais importante, não deixe ninguém fazer você sentir que você não importa. Não deixe ninguém calar sua voz", foi o recado de Amy antes de interpretar “Use My Voice”. A declaração é emblemática ao lembrarmos que, apesar de todo machismo da sociedade patriarcal e da indústria da música, Evanescence é representatividade feminina: Amy Lee, há mais de 20 anos, faz sua voz ser ouvida e dá protagonismo para as mulheres num meio em que elas ainda são minoria no mainstream.
 
Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
 
“Blind Belief”, “My Immortal” (com direito a trecho em português) e “Bring Me To Life” - cantada somente por Amy Lee, sem a voz masculina, uma vez que ela nunca gostou da versão da música imposta pela gravadora - finalizaram o repertório.

"Toda vez em que estamos juntos, o tempo passa muito rápido. Em 21 anos de carreira, posso dizer que é incrível estar aqui no Brasil. Obrigada por nos trazerem para seu maravilhoso país e dividirem suas vidas e histórias conosco", agradeceu a vocalista, emocionada, com a bandeira do Brasil estampada na bochecha.

Danyelle Woyames

Jornalista e escritora, atualmente atuando como Assessora de Imprensa. Louca por música, literatura, cinema e aprendiz do universo nerd. Fã de Foo Fighters, Pearl Jam e ainda apaixonada pelo rock dos anos 2000.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
Banner-Mundo-livre-SA