Érika Martins é uma das figuras mais influentes da história do rock alternativo. Há mais de duas décadas, com a Penélope, ela inspirou muitas meninas a tomar a linha de frente e formar suas próprias bandas. Com uma carreira que passeou por alguns projetos, Érika engavetou a Penélope para poder crescer artisticamente. Mas para a alegria dos fãs das antigas, ela decidiu remontar essa história numa turnê comemorativa de 25 anos do primeiro álbum da banda. Em entrevista ao Rock On Board, Érika fala sobre como é retornar um projeto de tanto tempo atrás. Ela confessa que ficou receosa no início.
"Eu fiquei até com medo de não me encaixar de novo. Será que eu vou me encaixar? E, de repente, nossa... Acho que nunca coube... Nunca me senti tão bem ali numa personagem, como foi agora, sabe? Encaixou perfeitamente", disse.
Um dos motivos de incentivo a retornar com a banda, foi a emoção que sentiu ao saber da influência desse trabalho na vida de muitos fãs. Ela se emociona ao contar:
"Esse foi um dos motivos de querer retornar e comemorar esses 25 anos com a Penélope. As pessoas falam da importância das músicas. Eu escuto cada história extremamente emocionante como artista, que gera aquele sentimento de que cumpri a minha missão como artista, né? Teve uma menina que foi num show de São Paulo agora, e me contou uma história de que a minha música ajudou ela a superar uma fase de depressão", conta Érika.
E como é voltar ao Rock in Rio com a Penélope? Érika já tocou três vezes no festival (em 2001 com a Penélope, 2015 com Autoramas, e 2019 com os Titãs). Qual a lembrança que ela tem dessa primeira e única vez com a antiga banda?
"Foi o maior público que eu tive na minha carreira até então. Eu nunca tinha tido um público tão grande. Era um mar de gente. A gente tocou logo na sequência da Cássia Eller. A gente nunca esquece um show desses. E fora toda importância do Rock in Rio, eu criança, assistindo o show do B-52's pela TV, sendo influenciada por aquilo... Então chegar naquele palco, carregando todas aquelas memórias de ter assistido em casa o primeiro Rock in Rio, então torna isso mais importante ainda", conta.
Mas será que o festival ainda tem essa importância para uma artista já tão relevante? Ela diz que sim, e conta uma história interessante envolvendo o B-52's, que se apresentou na primeira edição do Rock in Rio.
"Tem demais. Eu acho que é uma chancela pra todo mundo que é inacreditável. Não digo que é só no Brasil, não. É no mundo inteiro. Ele tá ali no circuito dos grandes festivais do mundo. Eu conheci a Cindy Wilson do B-52's há uns quatro anos. A gente foi tocar num festival no Estados Unidos, a acabamos trocando uma ideia. E ela veio falar do Rock in Rio. Da importância para eles. E ela lembrava de tudo. E assim, ela falou muita coisa bacana. Imagina ouvir isso, de uma banda como o B-52's, falando de um show que aconteceu em 1985, que até hoje ela lembra cada detalhe daquele show", revela.
Tocar com o Pato Fu no Palco Sunset
O retorno da Penélope ao Rock in Rio coincide com o retorno do Pato Fu, que também tocou na edição de 2001. As bandas já possuem uma relação antiga, e esse show em conjunto promete ser uma celebração para as duas bandas e para os seus fãs.
"É uma coisa que as pessoas pedem desde o início da Penélope. Em 98, 99, as pessoas já pediam, porque tem muitos fãs em comum. Aí ano passado eu e a Fernanda [Takai], fizemos uma composição juntas, e na sequência esse Rock in Rio, acho que vai ser para quem é fã das bandas, emocionante né? Como é pra gente. Escutar a voz da Fernanda cantando músicas minhas e eu poder colocar a minha voz nas músicas deles, vai ser muito gostoso", disse Érika.