Rock in Rio: Rival Sons supera falha no som e mostra a força de repertório

Foto: Rodrigo Simas / Rock in Rio Lisboa

 

Entre os artistas convidados para a edição de 2024 no Rock in Rio Lisboa, o Rival Sons talvez seja um dos que estão vivendo um momento de auge. A banda, que já tinha uma discografia bastante interessante e consistente, lançou no ano passado dois álbuns muito bons, Darkfighter e Lightbringer, e havia uma expectativa de como seria essa volta ao Rock in Rio Lisboa oito anos depois de sua primeira participação e o próprio retorno à capital portuguesa cinco anos depois de sua última passagem.

 

O resultado é que o Rival Sons mostrou porque é uma das melhores bandas a surgirem no final da primeira década deste século XXI. Com um som muito comparado ao que se fazia nos anos 1970 e navegando entre o blues rock e o hard rock, o grupo formado por Jay Buchanan (vocal), Scott Holiday (guitarra), Mike Miley (bateria) David Best (baixo), fez um dos grandes shows do primeiro dia e nem uma falha no som logo na segunda música atrapalhou a sua apresentação.

 

É uma pena que o Rival Sons tenha tocado no palco Tejo no mesmo horário que a lendária banda Living Colour estava se apresentando no Palco Galp, o que forçou o público a escolher uma das duas atrações para ver. Com o público dividido, a única vantagem para quem foi ver o Rival Sons foi a possibilidade de chegar bem perto do palco.

 

E quem escolheu o grupo californiano não se arrependeu. O grupo abriu o show com duas músicas do Darkfighter: “Mirrors”, e “Nobody Wants To Die”. Na segunda metade desta música, houve um corte no som, mas Buchanan continuou se esforçando para que sua voz chegasse ao público enquanto o mesmo cantava junto a letra, especialmente o refrão, mostrando que havia mesmo muitos fãs fiéis ali presentes.

 

O problema no som foi rapidamente resolvido já na música seguinte, “Tied Up”, uma das principais do álbum Feral Roots (2019), e a partir daí Rival Sons foi alternando o seu set list com canções da maior parte dos seus oito álbuns de estúdio.

 

- Estamos muito felizes de voltar a Lisboa – disse Buchanan, antes de cantar “Shooting Stars” sozinho ao violão.

 

Também houve espaço para “Pressure & Time”, a ótima “Feral Roots”, “Open My Eyes” e “Mosaic”. “Eletric Man” e “Keep on Swinging” fecharam o show que deixou a sensação de que uma hora era pouco para tudo o que o Rival Sons tinha para mostrar.


O jornalista Marcelo Alves, repórter do Rock On Board, acompanhou o festival presencialmente.

Marcelo Alves

Acredita que o bom rock and roll consiste em dois elementos: algumas ideias na cabeça e guitarras no amplificador. Fã de cinema e do rock nas suas mais variadas vertentes, já cobriu três edições do Rock in Rio e uma do Monsters of Rock. Desde 2014, faz colaborações para o site "Rock on Board". Já trabalhou em veículos como os jornais "O Globo" e "O Fluminense". Twitter: @marceloalves007

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