Num dia
cheio de bandas locais queridas pelo público português, o Extreme tinha um trunfo, caso precisasse conquistar quem estava no Rock In Rio Lisboa. Trata-se do seu guitarrista Nuno
Bettencourt, nascido nos Açores, mas que com quatro anos se mudou para os Estados
Unidos. Lá, ele cresceu, e ajudou a fundar a banda em meados dos anos 80. E Bettencourt
não escondeu a emoção de estar tocando no seu país com a sua banda.
- Lisboa!
Tudo bem? É tão bom voltar para o país mais bonito do mundo. A minha casa – disse
o guitarrista.
Bettencourt foi
a alma do bom show do Extreme no Palco Mundo. No palco, a banda alternou
momentos de sua fase mais glam rock, época em que lançou seu principal álbum, Extreme
II: Pornograffitti (1990), e a fase mais recente e hard rock do disco Six,
lançado no ano passado.
A banda deu
tudo o que podia para deixar uma boa impressão para o público. Entre canções do
passado e do presente, e muitos solos de guitarra de Bettencourt, o cantor Gary
Cherone também fez um cover de “We Will Rock You”, do Queen. E é claro, não
faltou a balada “More Than Words”, canção que foi o divisor de águas na
carreira da banda e a alçou ao estrelato mundial.
A música foi
tocada um trecho mais acústico do show, quando Bettencourt fez piada com a sua
idade.
- Esta é a
minha parte preferida do concerto, quando posso me sentar. Chegar aos 58 anos e
sentar é o mesmo que ter um orgasmo – disse o guitarrista, que chegou a tocar
uma música usando um boné do Benfica, time de futebol mais popular do país.
- Quem está vendo
o Extreme pela primeira vez? Demorou tanto tempo. Quantos estão conosco desde o
início? – perguntou o guitarrista, que ainda tocou o hino português na guitarra
e foi acompanhado pelos portugueses entoando a letra.
Além de “More Than Words”, “Hole Hearted” foi outro ponto alto de um bom show do Extreme no Palco
Mundo.
Destaques
portugueses
Logo depois foi a vez de os Xutos & Pontapés inaugurarem o Palco Mundo da nova Cidade do Rock lisboeta. A banda formada pelo vocalista Tim, o guitarrista João Cabeleira, o baterista Kalú e pelo saxofonista Gui, tem uma relação umbilical com o público português. Tanto que muita gente chegou cedo para acompanhar o seu show.
- Estávamos à espera de meia
dúzia de casais e afinal vieram mais. Obrigado – disse Tim.
A contrário da edição anterior, os Xutos tocou ao lado da Orquestra
Sinfônica Portuguesa. A mistura do rock com o clássico trouxe novas leituras
aos clássicos da banda portuguesa, como “À Minha Maneira”, “Contentores” e “Circo
de Feras”.
O jornalista Marcelo Alves, repórter do Rock On Board, acompanhou o festival presencialmente.