Trinta anos após sua estreia em palcos brasileiros,
quando participaram do Hollywood Rock de 1993, ao lado de Nirvana, Alice in
Chains, Red Hot Chili Peppers, dentre outros, no auge da explosão mundial do grunge
e, em minha opinião de testemunha ocular daquele evento, fizeram o melhor show de
todo o festival, as meninas do L7, hoje não tão meninas, chegam a São Paulo,
trazidas pela Venus Concerts / Agência Powerline, para dar início a “The Best
of L7 South American Tour 2023” e encontraram o Carioca Club lotado nesta fria sexta-feira
paulistana.
Para o “esquenta” foram convidadas duas das bandas mais
importantes do underground de São Paulo, ambas com história mais longeva que o
L7, inclusive: CÓLERA e AS MERCENÁRIAS.
Recém-chegados de sua quarta turnê europeia, os punks do
Cólera tiveram a oportunidade de desfilar 44 anos de carreira para um público
um pouco diferente do que estão acostumados e não decepcionaram. Com um repertório
repleto de clássicos, como “Medo”, “Duas Ogivas”, “Funcionários”, “São Paulo”, “CDMP”
e várias outras, Wendel, Fábio, Val e Pierre mantiveram a energia lá no alto,
até o encerramento com “Pela Paz”, cantada por todos, num show avassalador.
A mulherada dominou não apenas o palco, mas a plateia
também era delas, o mosh pit e o stage diving insanos mostraram que elas
não se intimidaram nada e a porrada comeu solta desde a abertura do show, com o
single “Andres”. A sequência veio com “Everglade”, clássico presente no álbum “Bricks
Are Heavy”, de 1992, e a partir daí, o jogo já estava ganho.
A banda tem muita energia e manda um petardo atrás do
outro, sem descanso, com todas esbanjando simpatia e carisma, mas com destaque
para a baixista Jenifer Finch, que além de musicista, é fotógrafa profissional
e estava com sua máquina lá para registrar o público. “Monster”, “Wargasm”, o
grande hit “Pretend We’re Dead”, “Shilist”, “Slide” estão todas lá e o público
cada vez mais animado não deixa a bola abaixar, o palco vira pista de desfile e
a quantidade de meninas subindo para se atirar de volta é incrível!
Intervalo rápido e as meninas retornam para um bis
memorável, com “American Society” e “Fast and Frightening”, encerrando assim
uma noite devastadora, com muito rock, suor e a prova definitiva que lugar de
mulher é onde ela quiser estar!