L7 inicia turnê brasileira com show devastador em São Paulo

Foto: Ricardo Cachorrão / Rock On Board
 
Trinta anos após sua estreia em palcos brasileiros, quando participaram do Hollywood Rock de 1993, ao lado de Nirvana, Alice in Chains, Red Hot Chili Peppers, dentre outros, no auge da explosão mundial do grunge e, em minha opinião de testemunha ocular daquele evento, fizeram o melhor show de todo o festival, as meninas do L7, hoje não tão meninas, chegam a São Paulo, trazidas pela Venus Concerts / Agência Powerline, para dar início a “The Best of L7 South American Tour 2023” e encontraram o Carioca Club lotado nesta fria sexta-feira paulistana.

Para o “esquenta” foram convidadas duas das bandas mais importantes do underground de São Paulo, ambas com história mais longeva que o L7, inclusive: CÓLERA e AS MERCENÁRIAS.

Recém-chegados de sua quarta turnê europeia, os punks do Cólera tiveram a oportunidade de desfilar 44 anos de carreira para um público um pouco diferente do que estão acostumados e não decepcionaram. Com um repertório repleto de clássicos, como “Medo”, “Duas Ogivas”, “Funcionários”, “São Paulo”, “CDMP” e várias outras, Wendel, Fábio, Val e Pierre mantiveram a energia lá no alto, até o encerramento com “Pela Paz”, cantada por todos, num show avassalador.

 
Após um intervalo muito breve, As Mercenárias, comandadas por Sandra Coutinho, baixo, voz e única da formação original, acompanhada por Silvia Tape, guitarra, Pitchu Ferraz, bateria e duas convidadas especiais para este show, Mayla Goerish e Bibiana Graeff, animam o público com faixas de seus dois discos, excelentes por sinal, “Cadê as Armas?” e “Trashland”, além de outras pérolas presentes nas demos gravadas ao longo da carreira, iniciada em 1982. Ouvimos “Polícia”, “Da dó”, “Inimigo”, dentre outras, até o
grand finale com “Santa Igreja”, que não deixou pedra sobre pedra.

 
Acompanhando o L7 nas redes sociais, pelas postagens durante a tarde, com fotos da região do Carioca Club, com camisetas da banda vendidas pelos camelôs penduradas numa parede, e convites para os fãs comparecerem, já era nítida a ansiedade de Donita Sparks, guitarra e voz, Suzi Gardner, guitarra e voz, Jennifer Finch, baixo e voz e Dee Plakas, bateria, pela apresentação desta noite, e foi como esperado: sensacional!

A mulherada dominou não apenas o palco, mas a plateia também era delas, o mosh pit e o stage diving insanos mostraram que elas não se intimidaram nada e a porrada comeu solta desde a abertura do show, com o single “Andres”. A sequência veio com “Everglade”, clássico presente no álbum “Bricks Are Heavy”, de 1992, e a partir daí, o jogo já estava ganho.

A banda tem muita energia e manda um petardo atrás do outro, sem descanso, com todas esbanjando simpatia e carisma, mas com destaque para a baixista Jenifer Finch, que além de musicista, é fotógrafa profissional e estava com sua máquina lá para registrar o público. “Monster”, “Wargasm”, o grande hit “Pretend We’re Dead”, “Shilist”, “Slide” estão todas lá e o público cada vez mais animado não deixa a bola abaixar, o palco vira pista de desfile e a quantidade de meninas subindo para se atirar de volta é incrível!

Intervalo rápido e as meninas retornam para um bis memorável, com “American Society” e “Fast and Frightening”, encerrando assim uma noite devastadora, com muito rock, suor e a prova definitiva que lugar de mulher é onde ela quiser estar!

Ricardo Cachorrão

Ricardo "Cachorrão", é o velho chato gente boa! Viciado em rock and roll em quase todas as vertentes, não gosta de rádio, nunca assistiu MTV, mas coleciona discos e revistas de rock desde criança. Tem horror a bandas cover, se emociona com aquele disco obscuro do Frank Zappa, se diverte num show do Iron Maiden, mas sente-se bem mesmo num buraco punk da periferia. Já escreveu para Rock Brigade, Kiss FM, Portal Rock Press, Revista Eletrônica do Conservatório Souza Lima e é parte do staff ROCKONBOARD desde o nascimento.

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