Duff McKagan busca calmaria em álbum solo e conta participações especiais

Duff McKagan

Lighthouse
⭐⭐3/5
Por  Zeone Martins 

Duff McKagan, eterno baixista do Guns 'n' Roses (mesmo considerando seu tempo fora da banda) lançou, na última sexta-feira, seu terceiro álbum solo, Lighthouse

Com violão e levadas calmas sendo a base do trabalho, não espere um álbum de hard rock, nem ao menos algo de rock mais agitado por aqui. Pelo contrário, boa parte do álbum se concentra em baladas e canções adocicadas, repletas de floreios de teclado e guitarra em arpejos de acordes maiores, aqueles de sonoridade 'feliz', mais para cima.

Não ficando muito longe do estilo do Oasis, ainda que em uma versão 'americanizada' da banda de Manchester, enquanto em alguns momentos, como "Fallen Ones", as canções também não soem distantes das baladas do Guns 'n' Roses. 

Mais ao final álbum, aí sim, brota um pouco de peso em "Just Another Shakedown" e "Hope", esta com participação de Slash, com licks de guitarra mais agitados do que os da maior parte do disco.

Não soando mal em questão de arranjos nem de sonoridade, o que trabalho traz de problemas é, primeiro, ser um daqueles discos que não é ruim, mas que você também não lembra muito o que ouviu nas 11 faixas que compõem o álbum. Como segundo problema, voz do músico é um tanto enjoativa, cansando um pouco na audição completa de Lighthouse, junto com a levada um tanto homogênea das canções.
 
 
Ainda assim, "I Just Don't Know", também da porção final da tracklist, e que conta com participação de Jerry Cantrell, do Alice In Chains na guitarra, é um dos destaques do álbum, assim como a faixa título, principalmente na mudança de clima com direito a um solo bem distorcido de baixo. A música também aparece com parte da letrada recitada por Iggy Pop no encerramento do álbum, em uma versão mais curta. E para quem acompanha o Lynyrd Skynyrd, "Forgiveness" é um bom aceno do guitarrista ao trabalho da banda de Jacksonville, na Flórida. 

Sendo fã ou não de Duff McKagan, vale a pena conferir Lighthouse, ainda que sem expectativas muito altas. Alguns elementos country, aqui bem encaixados e uma certa influência de Elton John também podem agradar, mas não espere um repertório bombástico, apaixonante.

Zeone Martins

Redator, tradutor e músico. Coleciona discos e vive na casa de vários gatos. Ex-estudante de Letras na UFRJ. Tem passagens por várias bandas da região serrana e da capital fluminense.

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