Álbum de estreia do Hurricanes é um brinde aos amantes do rock setentista

Hurricanes

Hurricanes
⭐⭐⭐✩4/5
Por  Rosangela Comunale  

Mesmo com uma longa estrada pela frente, os caras do Hurricanes parecem ter iniciado a carreira fonográfica com o lendário pé na porta. Na manga, esses brasileiros do Sul e do Sudeste do país já têm no currículo um show de abertura para os americanos do The Black Crowes, o que já pressupõe a fonte musical que inspira a banda.

Em seu primeiro disco, autointitulado Hurricanes, temos nove faixas que remetem às raízes setentistas do rock com letras falando de amores e títulos ligados à Natureza. Sonoramente, “The Bird's gone” chega chegando com uma guitarra pra lá de presente e vocal rasgado e agudo. Praticamente uma reverência aos mestres do Zeppelin ou do Deep Purple.

Em “Devil´s dead”, mais energia sonora com um backing vocal, outro elemento típico dos seventies, antecedendo um solo guitarrístico dialogando com o baixo. Avançando por outros elementos da Natureza, os Hurricanes trazem “Thunder in the Storm”, um som blueseiro e soturno, bem melódico.

“Waiting” segue quase a mesma linha, porém, com refrões mais marcados, sem deixar de falar sobre o sol e o arco-íris, reafirmando a vertente psicodélico-natural. “How do you love” inicia ao som de um baixo marcado que permeia toda a canção que surpreende com uma mudança inesperada fazendo uma instantânea pausa, quase uma síncope musical, para apresentar um vital solo de guitarra. Uma canção não linear.
 
 
“Flowers” é de longe a minha preferida e é fato que nos faz lembrar os Black Crowes e o Southern Rock. Aliás, uma música que qualquer desavisado pensaria que pudesse ser dos cidadãos de Atlanta. “Weary Hearted Blues” já é um prenúncio do blues que chega aos ouvidos. Afinal de contas, estamos ouvindo um disco com laços dos 70´s, né? Purple Clouds retoma uma batida mais elementar com um groove que quebra a sequência do folk/blues.

A banda foi fundada por Leo Mayer e o vocalista Rodrigo Cezimbra em 2016, no sul do Brasil. Em 2018, mudaram-se para São Paulo, onde conheceram o baterista Guilherme Moraes e o baixista Henrique Cezarino. Eles começaram, então, a investir em produções autorais, que resultaram no lançamento de três singles e a composição do disco de estreia.

O álbum foi produzido pelo próprio guitarrista da banda, Leo. “Como produtor, músico e compositor, meu trabalho foi bem intenso, mas hoje escuto o álbum e fico muito satisfeito. Ter participado de todas as etapas deu uma liberdade gigante, o que foi essencial para poder chegar num resultado que estava na nossa cabeça.”, ele explica. “Decidimos gravar ao vivo, olho no olho, pra tentar trazer essa coisa mais espontânea do ao vivo. Usar instrumentos vintage nos deu uma sonoridade mais old school, mas sempre somado a uma gravação e mixagem mais moderna.”

“Hurricanes”, como primeiro trabalho do grupo, todo em inglês, mostra o potencial dos músicos que ainda podem, quem sabe, desbravar outros mares musicais do rock, estampando de vez sua identidade para mostrar que vieram para ficar.

O álbum está disponível em todas as plataformas, e em CD digipack nas principais lojas.

Rosangela Comunale

Amante das artes, principalmente, da Música. Formada em Piano Clássico. Militante da causa animal.

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