Paramore mostra que sabe se atualizar no bom "This is Why"

 
Paramore

This is Why
⭐⭐⭐✩ 4/5
Por  Zeone Martins 
 
This is Why (2023), do Paramore, como tantos trabalhos lançados de 2020 pra cá, é fruto do período de isolamento social por COVID-19. As incertezas do início da pandemia (que ainda não terminou, diga-se) são o mote da faixa título, que abre o disco com momentos dançantes que remetem a Let's Dance (1983) de David Bowie, como também acontece em "C'est Comme Ça".

E, felizmente, o Paramore é uma banda que sabe se atualizar pois, ainda que o mundo da música mude tanto com as inovações tecnológicas, algoritmos e uma infinidade de apps, uma banda com a sua visibilidade poderia se limitar a repetições de fórmulas e discos medianos, e ambos felizmente não acontecem em This Is Why.

"The News", segunda faixa do álbum, é das mais diretas, mais agitadas, que junto as faixas mais animadas, forma um conjunto de faixas que se concentra na primeira metade do disco, enquanto a segunda metade, que segue até o encerramento com "Thick Skull", vai para um lado mais melancólico, mais introspectivo. Uma combinação que funciona, trazendo um tracklist bem variado.
 
 
Hayley Williams, vocalista da banda, faz um ótimo trabalho durante This Is Why, acertando a interpretação em cada faixa, com a banda também apresentando um trabalho instrumental bem detalhado, tanto em seus integrantes (Taylor York e Zac Carro) quanto nos músicos de estúdio, no baixo e em outras partes de guitarra.

Um bom sinal para os lançamentos de 2023, This Is Why é mais um trabalho interessante do Paramore, que se valoriza em repetidas audições. Hayley Williams tem comentado sua inibição em tocar guitarra ao vivo, assim como o machismo de idiotas como integrantes do NOFX, decorrentes no roqueiro médio, elitista e alienado, mesmo entre hipócritas que se declaram acima de qualquer preconceito. Estão nas bancadas de sites, canais de YouTube, shows de punk, metal e até alternativo, e já deviam ter ficado no passado, há décadas, diga-se. 

Se ouvir/ler alguém falando de 'som de mulherzinha', sendo misógino, ou machista, pode xingar a vontade, pois não merece respeito.

Zeone Martins

Redator, tradutor e músico. Coleciona discos e vive na casa de vários gatos. Ex-estudante de Letras na UFRJ. Tem passagens por várias bandas da região serrana e da capital fluminense.

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