No Rio, Liam Gallagher promove uma verdadeira celebração ao Oasis

 
Grande parte dos fãs de Oasis já perdeu as esperanças em ver a banda reunida novamente em cima dos palcos. Afinal, já são mais de 10 anos de separação dos irmãos Gallagher's, que seguem suas carreiras solo (cada um no seu canto) lançando discos interessantes e fazendo shows que relembram o legado da ex-banda.

Na verdade, Liam Gallagher até que relutou por algum tempo a tocar músicas do Oasis nos shows enquanto estava no Beady Eye, mas agora parece que ele decidiu chutar o balde. Tanto que a apresentação desta noite no Rio de Janeiro pode ser considerada a maior celebração ao ex-grupo que um fã poderia ter desde a separação. Desde a introdução do show com "Fuckin' in the Bushes" - como o Oasis costumava fazer - ao início da apresentação com a dobradinha "Morning Glory" e "Rock N'Roll Star", o que tínhamos ali era uma espécie de melhor banda cover de Oasis do mundo. 

Ao todo, foram 10 canções da icônica banda, com destaque para os dois primeiros álbuns, Definitely Maybe (1994) e (What's the Story) Morning Glory? (1995) -cada um com quatro citações esta noite.

No meio de um repertório baseado em tantos sucessos consagrados como "Stand By Me", "Supersonic" e "Some Might Say", Liam desviava ocasionalmente para seu material solo, e de forma acertada, já que nenhuma das escolhidas pareceu soar fora de contexto. "The River", do bom Why Me? Why Not de 2019, deu um gás no lado mais roqueiro do cantor, e "Once", do mesmo álbum, foi cantada por boa parte da plateia. De seu novo trabalho, C'mon You Know, lançado este ano, destaque para a ótima "Everything's Eletric" (co-escrita com Dave Grohl), que traz sonoridade nostálgica, e a já bem popular faixa-título. 

Do Oasis, vale destacar como as canções do primeiro álbum da banda, Definitely Maybe, continuam soando frescas nos dias de hoje. Tanto que um dos melhores momentos do show ficou na execução de "Slide Away", que elevou a energia da casa ao ápice, num dos pontos altos da noite. Em "Wonderwall", maior sucesso do grupo, uma dedicatória de Liam Gallagher para Zico, ídolo do Flamengo. "Quero dedicar essa música para o melhor jogador de futebol do Brasil, que eu vi jogar, Zico!". A paixão de Liam com o futebol é algo que fica explícito no palco, com as iniciais do Manchester City, seu time de coração, gravadas na bateria, e também na plateia, com fãs exibindo a bandeira do time inglês.

O ponto baixo do show ficou para alguns problemas técnicos num dos PA's que chegou a ser "mutado" em vários momentos, principalmente na parte inicial, prejudicando canções como "Stand By Me" e "Everything's Eletric".

No bis, mais duas do Oasis: "Live Forever" (outra do já citado álbum de estreia), e o final consagrador com o clássico "Champagne Supernova", que deu o toque final perfeito a um show que ficará marcado na memória dos fãs como a noite mais Oasis que um fã poderia ter em muitos anos.

Assista abaixo a nossa cobertura no canal com trechos do show

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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