Scrupulous une riffs pesados, voz cavernosa e batida avassaladora em 'Ostia and Genocide'

Banda baiana lança seu álbum de estreia, 'Ostia and Genicide'
 

Scrupulous

Ostia and Genocide
⭐⭐⭐ 3/5

Por  Ricardo Cachorrão 


Antes de qualquer coisa faço aqui um mea-culpa, que serve também para boa parte da imprensa musical, que simplesmente acredita que a música pesada no Brasil circula apenas pelo eixo Rio-São Paulo, com raras exceções em outros centros importantes. Essa suposta centralização nunca foi verdadeira, e com o mundo cada vez mais globalizado, está cada vez mais longe de ser.

 

Eis que de Itabuna, Sul da Bahia, surgiu em 1992 a banda SCRUPULOUS, que lá no princípio lançou duas demos e acabou participando de uma coletânea do estilo, lançada pelo selo Heavy Metal Rock, que marcou o início da relação da rapaziada com esta gravadora e, após longo hiato, retomou as atividades e lança agora seu primeiro disco completo, o interessante “Ostia and Genocide”.

 

Dentre os inúmeros nomes / vertentes que existem no metal extremo, sou sincero ao dizer que não me atenho a rótulos e não sou capaz de dizer o que difere thrash, death, black, doom ou qualquer outro tipo de metal esporrento que venha a ser criado. Divido isso tudo em música boa ou música ruim, e, dentro do que se propõe a fazer, o SCRUPULOUS é muito bom.

 

Centrando as atenções em “Ostia and Genocide”, o disco trás 10 faixas novíssimas, compostas e gravadas após o retorno da banda as atividades, em 2019, e mescla o frescor das novas ideias e do novo e jovem guitarrista Arthur Azagthothinho Mozart, de 21 anos, e que não viveu o início da banda, mas, sendo filho de um dos guitarristas que esteve lá no começo de tudo, tem o peso no sangue e me parece que foi uma escolha acertada.

 

Com a ideia de se manter old school, a banda trás um som poderoso, com muitos riffs pesados, voz cavernosa, batida avassaladora, amenizada por climas de teclados que caem na medida correta e tornam o som mais palatável e capaz de ampliar o público. Ainda são extremos, mas, fizeram a lição de casa e o resultado final é muito bem feito.

 

Um disco homogêneo, mas, se posso citar alguns destaques, vão para as faixas “Souls Cut to Brunoise”, “There’s na Emptines That Weights on my Shoulders”, “Causing the Rascal to Fury” e a faixa de encerramento do álbum, a boa ”In the Crow’s Beak” – ou em bom português, “No Bico do Corvo”. Aliás, fica a nota de elogio ao fato da banda trazer no encarte todas as letras, em inglês e português.

 

Após 23 anos de silêncio, a rapaziada voltou com apetite, que se mantenham assim.

Ricardo Cachorrão

Ricardo "Cachorrão", é o velho chato gente boa! Viciado em rock and roll em quase todas as vertentes, não gosta de rádio, nunca assistiu MTV, mas coleciona discos e revistas de rock desde criança. Tem horror a bandas cover, se emociona com aquele disco obscuro do Frank Zappa, se diverte num show do Iron Maiden, mas sente-se bem mesmo num buraco punk da periferia. Já escreveu para Rock Brigade, Kiss FM, Portal Rock Press, Revista Eletrônica do Conservatório Souza Lima e é parte do staff ROCKONBOARD desde o nascimento.

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