Metallica Blacklist: o tributo é merecido mas poucas versões realmente valem a pena

Tributo ao 'Black Album' reuniu mais de 50 artistas do mundo inteiro

METALLICA BLACKLIST

Vários Artistas
 2/5

Por  Bruno Eduardo 

 

O black album já é considerado um ícone da cultura musical. Um disco que não precisa de logomarca e nem apresentações. Basta você ver aquela capa toda preta, que você já sabe o que se trata. Afinal, esse é apenas um dos dez discos mais vendidos de todos os tempos. E com isso, canções como "Enter Sandman", "The Unforgiven" e "Sad But True" foram elevadas rapidamente ao patamar de hinos do rock e são cantadas unissonamente em todos os shows do Metallica nos últimos 30 anos. Sendo assim, é bom avisar, mesmo que a intenção seja prestar uma homenagem, não é perdoado aquele que ouse desfigurar um hino do rock sem um know how suficiente para o negócio.


Para quem não entendeu até agora o que está acontecendo, é o seguinte: mais de 50 artistas de vários segmentos da música pop estão reunidos aqui prestando sua homenagem ao disco mais popular do Metallica, que completa 30 anos de lançado. A princípio, a ideia de ouvir versões de canções clássicas reinventadas por músicos de várias escolas para homenagear um dos discos mais influentes da história do rock, soa como uma ideia interessante para muitos, mas é preciso muita boa vontade ou total desprendimento e respeito pela obra original para aceitar a maioria das interpretações desse Metallica Blacklist.


Dito isso, fez bem o Weezer em manter seu carro no meio da estrada numa versão segura de "Enter Sandman". O mesmo fizeram os americanos do White Reaper em "Sad But True" - aliás, corram atrás dos álbuns desses caras! Já Corey Taylor, manteve sua fama de roqueiro raiz numa digna homenagem ao Metallica em "Holier Than Thou". Mas o prêmio de boa surpresa desse Blacklist ficou com o cantor country, Jon Pardi, que fez a melhor versão de uma das consagradas do Black Album: "Wherever I May Roam". Para finalizar as indicações e te poupar quatro horas de procura, tem uma "Don't Tread On Me" com o Volbeat que dá para o gasto. E só. 


Tudo bem, há algumas versões que merecem ser conferidas pela credencial do intérprete ou pela simples curiosidade. Como a maioria já está fazendo ou já fez em "Nothing Else Matters", que traz Miley Cyrus, Elton John, Chad Smith (Chili Peppers) e Robert Trujillo. Faça isso também com o Ghost em "Enter Sandman", com o Royal Blood em "Sad But True", com a sensacional banda de metal da mongólia, The Hu, numa curiosa "Trough The Never", e se você for pouco exigente, teste sua paciência com a versão do Cage The Elephant para a performance mais suportável de "The Unforgiven" do tributo.


O resto é uma mistura de versões insípidas, monótonas e que só vão agradar os fãs dos artistas envolvidos na coletânea ou fãs de Metallica menos rigorosos. Outro problema é a quantidade de repetições. Poderia ter havido uma seleção mais organizada ou até mesmo uma lista mais enxuta. Há canções com tantas versões que a audição ininterrupta desse Metallica Blacklits acaba tornando-se um verdadeiro teste de paciência. Se você é daqueles que gostam desafios, fica aí um dos grandes: resistir mais de 4 horas desse enfado, representado de maneira precisa por doze versões diferentes de "Nothing Else Matters".

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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