Lollapalooza 2017: The Outs, Doctor Pheabes e Baiana System

Foto: Camila Cara
The Outs fez um dos melhores shows do sábado no Lolla
A garotada do The Outs fez um dos shows mais legais do sábado. Pagando um pouco o preço por ser a primeira banda no palco mais distante do festival, eles entorpeceram o público (que chegava de forma bem tímida) com sua cartilha sessentista. A apresentação foi marcada principalmente pela coesão sonora da banda e pelas ótimas composições. Entre elas, o destaque para a beatleniana "Righ or Wrong" e também para a psicodelia desenfreada de "Ainda Me Lembro". A referência aos Mutantes fica muito forte nas composições em português, como em "Doce Amargo", faixa que integra o mais novo disco do grupo, o ótimo Percipere. A banda também agitou a galera no rock enérgico de "Once Before" e recebeu o guitarrista da banda Cachorro Grande, Marcelo Gross, para finalizar o show em alto nível com "My Generation".
Foto: MRossi
Doctor Pheabes abriu o Lolla com seu hard despojado
Após causar nas redes sociais com uma entrevista polêmica na véspera do festival [leia AQUI], o Doctor Pheabes mostrou no Lollapalooza que eles foram realmente sinceros ao dizer que não levam a banda tão a sério a ponto de se considerarem profissionais. A única coisa que realmente parece importar para o grupo é curtir esse barato "rockstar", seja abrindo para medalhões ou tocando em tudo que é festival grande. Tanto que rola uma atravessada de bateria aqui, uma trastejada no solo da guitarra ali, e tudo segue da forma mais normal possível. Mas o público também não parece se importar muito com a performance despojada da banda - que até apresenta algumas faixas legais para quem curte hard rock, como "Godzilla", por exemplo. No final, após uma cover de "Knocking On Heavens Door" (de Bob Dylan), com direito à homenagem ao Guns N' Roses nos telões, eles convidaram o cantor Supla para participar da brincadeira - mas ele preferiu ficar apenas assistindo ao lado do palco.
Foto: MRossi
Baiana System e sua micareta hipster
Nas redes sociais, alguém mais esperto definiu o Baiana System como uma mistura de Carlinhos Brown com O Rappa (não se sabe se isso é um elogio ou uma puta sacanagem com o som dos caras). Mas o fato é que em cima do palco, as canções realmente não soam tão requintadas como se estivéssemos ouvindo o elogiadíssimo - e ótimo - Duas Cidades, lançado no ano passado. Ao vivo, tudo funciona na roupagem de um trio elétrico e a banda também parece querer promover essa espécie de micareta com influências africanas. No entanto, o bom público presente no palco AXE (ou seria Axé?) acabou entrando na dança e ajudou a criar o clima de carnaval no Lolla. A apresentação também foi marcada pelo protesto ao governo Temer - como já está virando marca registrada em shows de muitos artistas - e pela participação do músico BNegão na faixa "Playsom" (que faz parte da trilha sonora do jogo FIFA 2016). 

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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