DISCOS: ANTI-FLAG (AMERICAN SPRING)

ANTI-FLAG

American Spring

Spinefarm Records; 2015

Por Luciano Cirne





Curto e grosso: o Anti-Flag tenta, tenta, mas no fim das contas não consegue passar de uma versão genérica do Green Day - fracassando incessantemente em conquistar o respeito que tanto almeja e, por isso, permanecendo travado em uma espécie de “segunda divisão” do cenário punk americano. E, sinto informar, ao que parece não vai ser agora, com seu décimo (!!) álbum intitulado “American Spring”, que isso vai acontecer. 

Sabe quando você assiste a um filme tão, mas tão descartável e vazio que, cinco minutos após vê-lo, você não lembra quase nada? Pois bem, é exatamente este o caso. As letras no geral são boas - a forte “Sky Is Falling” em especial mostra como o vocalista Justin Sane indiscutivelmente é um letrista talentoso - e até temos algumas músicas interessantes que, por uma fração de segundos, dão a sensação que a coisa tem potencial para engrenar, caso das inspiradas  “The Great Divide” e “Song For Your Enemy”, mas no geral a coisa é insípida e monótona, o que torna a missão de chegar ao final de sua audição um verdadeiro martírio.

O que salva um pouco a coisa do desastre completo é que, como em todos os demais discos do Anti-Flag, há duas formas distintas de julgá-lo: como um fã de punk rock e/ou como um observador político. Se você já comprou um CD da banda (o que, convenhamos, nestes tempos de MP3 fartamente distribuída pela internet, é cada vez mais difícil... Pena!), sabe que os encartes  têm inúmeras citações, comentários e fatos que complementam as músicas, ajudando a tornar as letras ainda mais eloquentes. Mas quando as canções são fracas, nem uma enciclopédia resolve - várias músicas se parecem umas com as outras, a ponto de, em certos momentos, ficar difícil saber onde uma termina e outra se inicia. Para ser franco, acho até que o encarte conseguiu ser mais interessante que o repertório musical!

Realmente é uma pena que o Anti-Flag, mesmo com vinte anos de carreira, ainda não tenha encontrado sua direção, musicalmente falando. É inegável que potencial eles têm, mas também não se discute que alguém precisa com urgência lapidá-los corretamente, senão vão ficar para sempre com esse ar de eterna promessa. A intenção é boa, mas como diria minha finada avó, “de boa intenção o inferno está cheio”.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

2 Comentários

  1. Sei la, só acho que a banda mandou muito bem.Pra quem nao curte o punk vai achar q as musicas sao iguais,mas é só reparar bem, as musicas sao fodas e não deixam a desejar em nada...principalmente porque apesar de ser fã do green day, eu acho q sao muito pops perto do anti flag que está sempre fazendo seu som sem se preocupar muito se o mundo inteiro vai gostar....mas sim tentam agradar seus fãs.

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  2. Tipica analise de alguém que não gosta da banda e indagou sua opinião pessoal, passando longe do que poderia ser uma analise coesa no geral para os fans ou para quem gosta do estilo.

    "tenta, tenta, mas no fim das contas não consegue passar de uma versão genérica do Green Day"

    esse comentário fica nítido que o editor do texto não conhece nenhuma das duas bandas como se deveria para a analise ! nota-se que AF tem seu estilo e história muito distintas de Green Day.

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