Irmãos Cavalera promovem noite de celebração ao Metal no Circo Voador

 Foto: Bruno Eduardo

Era 1987, turnê de divulgação do álbum Schizophrenia. Ao som de "Sympton Of The Universe" do Black Sabbath, o Sepultura encerrava uma fatídica apresentação no Circo Voador. Ainda hoje, vários bootlegs com o registro desse show são disputados por colecionadores do munto inteiro. Afinal, quis o destino que essa fosse a última vez que os irmãos Cavalera se apresentariam juntos no palco do Circo Voador. 

Antes do Cavalera Conspiracy ressuscitar meio Sepultura no palco do Circo, o Confronto não se incomodou com o fato de pegar a casa ainda vazia. Já consolidado como um dos grandes nomes nacionais do gênero, eles repassaram músicas do excelente "Imortal" - que na opinião desse crítico, é o álbum mais honestamente brutal de uma banda brasileira desde Ties Of Blood, do Korzus (2004). Mesmo com um show curto, o grupo deixou o público com o ouvido zumbindo.



De volta ao Circo Voador - agora com Kombi e tudo - o Test confirmou que é mesmo uma das coisas mais legais que surgiram no cenário independente. A dupla picotou seu repertório nos intervalos dos shows, e não mostrou nada de muito diferente da última passagem pela casa - com Ratos de Porão e Dead Fish (saiba como foi AQUI).

É um privilégio para qualquer amante do metal poder ver o Krisiun ainda na ativa. O tempo passa, mas os caras continuam batendo forte no peito da molecada. Relembrando pedradas dos tempos áureos, como "Vengeances Revelation", "Conquerors of Armageddon" e "Black Force Domain" (a derradeira da noite), o trio primou por um repertório para lá de coeso. Foi certamente uma das melhores apresentações deles nos últimos anos - talvez um pouco abaixo do meteoro sônico que foi o show do Rock in Rio, em 2013.



Mantendo a tradição, uma bandeira do Brasil foi estendida de forma frontal em cima de um dos amplificadores. Com dois discos já lançados e outro na porta de saída, o Cavalera Conspiracy segue uma proposta quase idêntica a do Soulfly - com toques tribais e flerte ao hardcore. Batendo ponto em músicas do atual projeto - destaque para a atômica "Torture" (do penúltimo disco do grupo, Blunt Force Trauma) - Iggor e Max iniciaram uma noite de resgate às raízes. 

A celebração "Sepulnation" foi realizada em primeiro ato na sequência matadora de "Beneath The Remains", "Desperate Cry" e "Troops Of Doom". A redenção histórica da família Cavalera passou por Nailbomb, Black Sabbath, e culminou no cover clássico de Arise, "Orgasmatron" - primeiro hit à la MTV do Sepultura (quem diria!). Em "Arise", João Kombi, do Test, dividiu o microfone com Max Cavalera, e o riff imortal de "Roots Bloody Roots" deu ponto final ao show. Infelizmente, muito pouco foi apresentado do novo disco "Pandemonium", que será lançado em breve. Mesmo assim, ninguém em sã consciência sairia reclamando. Afinal, essa foi a quinta-feira mais headbanger que o Circo Voador recebeu em seus 30 anos de história.


Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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