7 Seconds faz Carioca Club ferver em sua primeira visita ao país

Foto: Diogo Guedes

Por Ricardo Cachorrão Flávio

Sábado quente e, após dois anos, retorno ao velho Carioca Club. A minha última visita é lembrada de forma triste, enquanto a banda Cock Sparrer realizava um show de rock dos melhores dentro da casa, a estupidez generalizada ocorria na porta do evento, que culminou com o assassinato do jovem punk Johni Raoni Falcão Galanciak, num crime até hoje não resolvido, em briga que envolveu gangs de punks e skinheads.

A “Matinê Hardcore”, como a rapaziada que ia chegando comentava (a casa é famosa por shows de pagode, samba, axé e afins, mas cede espaço no ‘primeiro horário’ para o rock), prometia muito. 16:00 o burburinho aumentava em frente a casa, e os simpáticos Steve Youth (baixo), Troy Mowat (bateria) e Bobby Adams (guitarra), membros do 7 Seconds, vão até a calçada olhar o movimento e fizeram a alegria dos fãs que já estavam por ali, posando pacientemente para fotos com todos.

Já dentro do Carioca Club, me sinto na obrigação de agradecer publicamente à receptividade do pessoal da Seven Eight Life Recordings, responsáveis pela turnê da banda. Muita atenção e respeito com o trabalho de toda a imprensa presente.

Indo ao que interessa, o som começou com as bandas JAH HELL KICK e GOOD INTENTIONS tocando na sequência e com intervalo curto entre elas. Se pessoalmente não me agrada muito o discurso repetitivo, problema todo meu, porque a molecada que começava encher a casa se mostrou bem satisfeita com os dois shows. Hardcore básico, sem frescuras ou firulas e que agradou quem esperava a cereja do bolo da noite.

7 SECONDS no palco pontualmente às 19:30, sinal de pogo insano e stage dive liberado do início ao fim da apresentação (a produção já havia avisado a todos que o palco não estaria isolado). Na estrada desde 1980, e com álbum novo lançado em maio (“Leave a Light On”, disponível na banca de merchandising oficial, juntamente com inúmeros modelos de camisetas), a banda faz um balanço geral de sua longa carreira e empolga a todos os presentes na casa. Da abertura com “Still Believe” ao encerramento com “Walk Together, Rock Together”, passando pelos certeiros covers de “If the Kids Are United” (do Sham 69) e “99 Red Balloons” (da cantora alemã Nena), ainda houve espaço para o inusitado, quando o vocalista Kevin Seconds chama um rapaz ao palco, que se apresenta, diz ser grande fã da banda e pede a namorada em casamento, o público, mesmo achando estranho, acaba aplaudindo a cena.

O prometido único show na América do Sul ainda teve um “segundo tempo” no dia seguinte. Em evento programado para apresentação acústica e solo do vocalista Kevin Seconds, contou com a presença de toda a banda, sorte de quem foi, que viu os caras num lugar mais ‘intimista’. No geral, foi uma diversão e tanto, os caras sabem agradar.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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