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Em noite apoteótica, Dave Grohl roubou de Perry Farrell o posto de patrão do evento (7/4/2012)
Por Bruno Eduardo
O Lollapalooza Brasil chegou de forma tímida a cidade São Paulo. Nos arredores do Jockey Club (que abrigou o festival nas duas primeiras edições) o ar era de completa indiferença e muitos moradores locais não sabiam o que de fato iria acontecer por ali. Em contrapartida, no lado de dentro, 75 mil pessoas bateram ponto para assistir uma das maiores bandas de seu tempo.
Antes de tudo, é sempre bom lembrar dois pontos: Foo Fighters não é Nirvana e Dave Grohl não é Kurt Cobain - e deveriam ser?
Um grande show de rock é o resultado de uma mistura de elementos tão vitais para o gênero, que vai muito além da música. Um grande show de rock tem solos de guitarra em "feeling" - como na versão longa e extraordinária de "Stacked Actors"; instrumentos destruídos; sucessos para multidões ("Learn To Fly", "Big Me"); e uma forte integração entre público e artista - que cantou o refrão de "Best Of You" em forma de cartazes (OH).
Não é a toa que o Foo Fighters é um dos maiores nomes do rock nos últimos tempos. Comparando a apresentação do Lollapalozza com a primeira aparição da banda no país (Rock in Rio) há mais de uma década, é notório o crescimento absurdo da banda. Eles já possuem aquela postura peculiar das bandas consagradas – em que todas as ações parecem devidamente planejadas. Isso ressalta ainda mais a qualidade do grupo, que parece saber de cór-e-salteado a fórmula básica para se manter no topo por tanto tempo. A apresentação deles no Lolla BR constatou o seguinte: o Foo Fighters não é uma banda revolucionária, como o Nirvana por exemplo, mas são dotados de uma competência ímpar e sagacidade furiosa - além claro, de ter Dave Grohl, que já se tornou uma espécie de ícone roqueiro dos anos 00's.
Fazendo questão de se conectar com os fãs desde os primeiros segundos, Grohl caminha por uma passarela que o leva bem no meio da multidão. Ao exibir sua guitarra, ele empunha a mão direita ao ar - numa pose que consagrou Elvis - ficando em transe por alguns segundos. Até que percebe uma bandeira do Brasil tocar as suas costas, e decide voltar ao mundo real. Sempre carismático, o frontman brinda os fãs no acorde repetitivo de "All My Life", iniciando a longa e apoteótica apresentação. Ajudados pelo bom último disco (Wasting Light), o grupo teve facilidade para mesclar o seu repertório com muita efetividade. Pancadas como "White Limo" e "Hey Johnny Park" foram exemplos de como tudo se encaixava perfeitamente - coube até um cover de Pink Floyd e uma citação ao Queens Of The Stone Age. Houve também um troca-troca (no bom sentido) entre Dave e Taylor, na música "Cold Day in The Sun" - do disco In Your Honour, lançado em 2005.
Na primeira saída de palco, o grupo decidiu trocar aquela manjada e tediosa espera por um momento de interação com os fãs: o telão fornecia imagem da banda no backstage - em que Dave Grohl simulava uma discussão com o público para definir o número de canções para o bis. Acompanhados de Joan Jet, que se apresentara antes, o Foo Fighters retornou ao palco para versões das músicas "Bad Reputation" - da própria cantora - e "I Love Rock And Roll" do The Arrows. Com tantos sucessos em uma mesma noite, "Everlong" foi deixada para o "gran finale". O resultado já previsto se confirmou, e o público deixou o local com a afirmação categórica de todo grande show de rock: Eles juravam ter visto o melhor show de suas vidas - até o próximo, lógico.
Setlist:
Setlist:
1-All My Life / 2-Times Like These / 3-Rope / 4-The Pretender / 5-My Hero / 6-Learn to Fly / 7-White Limo / 8-Arlandria / 9-Breakout / 10-Cold Day in the Sun / 11-Long Road to Ruin / 12-Big Me / 13-Stacked Actors / 14-Walk / 15-Generator / 16-Monkey Wrench / 17-Hey, Johnny Park! / 18-This is a Call / 19-In the Flesh? (Pink Floyd) / 20-Best of You
Bis
21-Enough Space / 22-For All the Cows / 23-Dear Rosemary / 24-Bad Reputation/ I Love Rock 'n' Roll (Joan Jett cover) / 25-Everlong
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