Rock in Rio: Slayer promove devastação sonora em seu último show no Brasil

Tom Araya ao público brasileiro: "Vou sentir saudades" [Foto: Adriana Vieira]
Por  Bruno Eduardo 

E tinha que ser num festival como o Rock in Rio o último show da história do Slayer no Brasil - se a promessa for realmente cumprida. Pelo tamanho da representatividade da banda e também da turnê, questiona-se que essa ocasião merecia um palco maior, de melhor som e tempo de apresentação. Mas foi no intimista Palco Sunset que uma das maiores bandas de thrash metal que o mundo viu um dia, lançasse o seu último torpedo sonoro em solo brasileiro. Dias antes, o grupo americano fez um show histórico em São Paulo [saiba como foi AQUI] e por ter um tempo limitado no Rock in Rio, o repertório teve seis músicas a menos que na capital paulista. Mesmo assim, foi um massacre sonoro de uma hora, com direito à homenagem ao guitarrista Jeff Hanneman, que faleceu em 2013.

A banda começou a devastação sonora com "Repentless", faixa-título de seu último álbum de inéditas. A música é uma síntese do som do grupo: thrash veloz, com um Tom Araya gritando de forma desesperada. Mas foram em hinos peso-pesados que os fãs foram ao delírio, como "War Esemble" e "Season In Abyss". Com um setlist enxuto, a coleção de clássicos era mais do que certa. Atente a seqüência matadora com "Hell Awaits", "South Of Heaven" e a música com um dos riffs mais emblemático do metal: "Raining Blood". 

Nesse momento do show, os arredores do Palco Sunset bateu todos os recordes de rodas de pogo simultâneas. A catarse para o público headbanger  - ignorado pelo festival na edição de 2017 (única da história do Rock in Rio sem dia dedicado ao heavy metal) - chegou ao ápice com a execução de "Black Magic", canção do álbum Show No Mercy, lançado em 1991, onde o baterista Paul Bostaph mostra porque ele foi o cara certo a sentar no lugar que um dia foi do lendário Dave Lombardo. A dupla de guitarras do Slayer ainda impressiona pela capacidade de tocar riffs pesados e em alta velocidade. Kerry King é um mensageiro do inferno com seu instrumento e Gary Holt (com uma camiseta escrito "matem as Kardashians") é o complemento perfeito da máquina devastadora que é o som desses caras.

E foi na levada de "Angel of Death", outro clássico do melhor disco da história da banda e uma das obras-primas do thrash metal (Reign in Blood) que o Slayer daria o último conjunto de altos decibéis aos fãs brasileiros. "Vou sentir saudades", diz Tom Araya ao se despedir. O mundo do metal será muito menos barulhento a partir de agora.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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