Rock in Rio Lisboa: Segundo dia começa em clima de muita dança com Anitta e Agir

Em sua primeira vez no RIR, Anitta exibe faixa com slogan do festival
Por Marcelo Alves

Quando Lady Gaga teve que cancelar o seu show no Rock in Rio do ano passado por conta de uma fibromialgia, muitos fãs pediram que Anitta a substituísse no primeiro dia do festival carioca. O pedido não foi acatado pela organização, que escalou o Maroon 5 para uma noite extra. Mas ficou o desejo para que a brasileira fizesse a sua estreia no Rock in Rio.

E ela aconteceu justamente no braço português do festival. Dando o pontapé inicial de sua primeira turnê na Europa, que ainda terá shows em Paris nesta segunda-feira e em Londres, na próxima quinta-feira, Anitta subiu ao palco mundo com status de atração internacional e um apoio do público que claramente não era apenas de brasileiros. "Hoje é um dia histórico na minha vida. Não tenho palavras para agradecer a Portugal pelo carinho. Nunca me senti tão bem recebida num lugar em toda a minha vida" - disse Anitta, agradecendo o apoio dos portugueses e pela estreia no Rock in Rio. 

Dona de um arsenal de hits bastante conhecido do público brasileiro, a cantora se apresentou ao público português e europeu, pois também há muitos estrangeiros de outras partes do continente acompanhando o festival no Parque da Bela Vista, com um show que poderia ser dividido em quatro partes. 

Depois de uma introdução em que entrou vestida de Carmen Miranda e cantou “Bang” e “Sim ou não”, Anitta privilegiou seus recentes lançamentos internacionais. Veio “Machika”, “Is that for me” e um medley em que juntou “Garota de Ipanema”, uma canção ícone do Brasil com “Is that for me”. 

Na segunda parte, a cantora carioca atacou com suas parcerias com cantores sertanejos universitários. Cantou “Romance com Safadeza”, “Loka” e ainda emendou com “Você partiu meu coração”. As três canções cantadas pelo público do Rock in Rio Lisboa como se fosse a plateia do Barra Music em pleno Rio de Janeiro ou qualquer outra casa de shows de outros estados do Brasil onde o sertanejo universitário faça sucesso. 

Anitta estava à vontade no papel de estrela em ascensão. Trocou duas vezes de roupa, tinha cenários temáticos para cada parte do show e bailarinos a acompanhando nas coreografias. Incluindo o quadradinho, sua marca registrada. 

A terceira parte do show foi a parte espanhola com “Downtown”, “Paradinha” e um dos seus lançamentos mais recentes, “Indecente”. Antes do show havia muita expectativa - e muitos davam como certo - pela presença da cantora Pablo Vittar em “Sua Cara”. Não aconteceu. Mas isso não diminuiu o entusiasmo da plateia na canção que estaca pronto para a reta final dedicado ao funk. 

"É um dia histórico para mim e para todos os funkeiros do Brasil que estão vendo nosso ritmo chegar tão longe. Que todos os funkeiros se sintam representados", disse Anitta antes de levar a plateia ao delírio com “Vai Malandra”. 

Se no meio do show, Anitta levou um cenário com imagens do calçadão de Copacabana, agora era a favela retratado no palco. Ela chega de moto como no clipe de “Vai, Malandra” e dá o seu recado. Seu primeiro sucesso, o “Show das Poderosas” encerra uma apresentação que deixou o público cansado de tanto dançar. 

Anitta deu o seu recado. Hoje ela é o nome do Brasil. No ano que vem será a vez do público brasileiro recebê-la no Rock in Rio carioca. Em dezembro do ano passado, a cantora havia sido a primeira atração confirmada no festival de 2019.

Show do Agir tem até pedido de casamento 
Muitas cores e dança no show do português Agir
Anitta foi descoberta e começou a fazer sucesso a partir de vídeos postados no YouTube. Trajetória semelhante tem o português Agir, que abriu o segundo dia de festival. Nome artístico de Bernardo Costa, Agir começou a cantar aos 12 anos, quando passou a postar músicas na plataforma de vídeos. 

Hoje com 30 anos e três discos lançados - Agir (2010), Leva-me à sério (2015) e No Fame (2018) -, Agir, cujo nome tem relação com o verbo, pois ele diz que “prefere agir duas vezes antes de pensar”, desfilou o seu repertório de dance hall, hip hip é R&B para um público maior do que o que esteve no primeiro show do dia anterior. E também para um público ainda mais apaixonado. 

Desconhecido no Brasil, Agir tem um enorme popularidade em Portugal. O que foi demonstrado a cada vez que o público cantava as letras de seus sucessos como “Make Up”, “Parte-me o pescoço” e “Bola de Cristal”. O cantor também recebeu duas convidadas. As cantoras Carolina Deslandes, com quem cantou “Mountains”, é Manu Gavassi, com quem dividiu a canção “Ninguém vai saber”. 

O show ainda teve um momento “o amor é lindo”. Antes de cantar “Como ela é bela”, Agir recebeu um fã chamado Diogo no palco. O jovem subiu ao palco e pediu a namorada em casamento diante de milhares de pessoas. Ela disse sim, para delírio do público. 

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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