Rock in Rio Lisboa: Bastille entrega show envolvente e cheio de hits

Grupo reuniu sucessos de toda sua carreira em boa apresentação
Por Marcelo Alves

Banda londrina formada em 2010, o Bastille chegou ao Rock in Rio com status de atração importante. Tanto que o grupo foi escalado para tocar imediatamente antes do Muse, headliner do primeiro dia. Uma posição que o Bastille conhece bem, pois já tinha feito shows de abertura da também banda inglesa em 2013, quando ela estava na turnê do álbum The 2nd Law

No palco, o Bastille cumpriu bem o seu papel de fazer o aquecimento final para o artista principal da noite. O grupo foi envolvente e fez o que se espera de uma banda tocando num festival como o Rock in Rio: um show cheio de hits. 

No repertório do Bastille há canções como “Icarus”, “Laura Palmer”, “Flaws” e “Pompeii”, que fechou o show. Todos sucessos que foram curtidos com empolgação por boa parte do público que acompanhou o show no Parque da Bela Vista, em Lisboa.

O grupo gira em torno do vocalista Dan Smith. Basta lembrar que a origem do seu nome remete ao evento da queda da Bastilha, comemorado na França no dia 14 de julho, data do aniversário de Smith. O cantor chega a eclipsar os colegas de banda, que pouco aparecem no show. Cabem ao baixista Kyle Simons, o guitarrista Will Farquason e ao baterista Chris Wood apenas manter a “cozinha” funcionando para Smith brilhar.

No palco, o cantor tenta ser digno de tamanha atenção que gera para si mesmo. Movimenta-se, pula o tempo todo, interage com o público, demonstra ter carisma e até desafia com sucesso a plateia a acompanhá-lo numa coreografia durante a curiosa versão cover de “Rhythm of the Night”, da cantora Corona.
Dan Smith comanda o ritmo do público no Rock in Rio Lisboa
No início, Smith pede desculpas e reconhece que o português dele “é uma merda”, mas ele acaba chamando a atenção do público português com a camisa que vestia com uma inscrição peculiar: bodega. Tanto no Brasil quanto em Portugal, bodega significa uma porcaria ou uma casa muito suja.

Já a partir do próprio nome, o Bastille é um conjunto de referências. E Smith consegue contar boas histórias com suas letras. “Laura Palmer” é inspirada na série de TV criada por David Lynch. “Pompeii”, um dos grandes sucessos da banda, é uma referência à cidade italiana destruída pela erupção do Vesúvio. “Icarus” tem relação com a mitologia grega, cujo personagem Ícaro morreu ao tentar voar perto do Sol.

Coincidentemente as três canções são sucessos do Bastille que são encontrados no primeiro álbum da banda, Bad Blood, lançado em 2013. Assim como “Flaws”, uma das preferidas dos fãs e que surge na reta final do show, quando a banda também aproveita para tocar uma música nova: “Quarter past midnight”.

Ao vivo, o Bastille soa menos parecido com o Coldplay do que a impressão causada pelos seus dois discos. O outro é Wild World (2016). Não que seus fãs se importem com isso. Para eles, ficou a satisfação de ter visto a banda voltar a tocar em Lisboa depois de quatro anos.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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