ROCK IN RIO 2013 - IRON MAIDEN

Foto: Marcos Hermes
Dickinson rege multidão, e Iron Maiden fecha Rock in Rio com show padrão


Por Bruno Eduardo

Se o Rock in Rio gosta de dar ao seu público o que ele quer – mesmo que isso leve escalar as mesmas bandas por edições seguidas -, não teria melhor nome para encerrar o evento que o Iron Maiden. O grupo, que está na estrada comemorando 25 anos da turnê Made in England (que divulgava o disco Seventh Son Of A Seventh Son), caracterizou o palco de forma menos apoteótica do que de costume, e modificou o repertório da época - levando a inclusão de músicas dos discos lançados posteriormente ao ano de 1988 – para que pudesse assim, atender seus fãs por completo.

A introdução do disco Seventh Son Of A Seventh Son rolou com a exibição de um filme no telão, para que o grupo entrasse ao vivo em “Moonchild”, seguida do hit “Can I Play With Madness”. No início da apresentação, era difícil ouvir a voz de Bruce Dickinson quando o mesmo entoava tons mais agudos. Logo, no entanto, o som melhorou, e pôde-se comprovar que o “pequeno” vocalista continua afiado – como, por exemplo, no refão de “2 Minutes To Midnight”, onde o mesmo demonstra potência de sempre. Em certo momento, ele comanda os fãs de forma hipnótica - ordena gritos, mão levantadas, e silêncio (?) – e ainda faz comercial da cerveja “Trooper”, que foi lançada recentemente no Brasil: “A cerveja brasileira é uma porcaria! Por isso eu trouxe a minha!”

Curiosamente, um dos melhores momentos do show foi em “Afraid To Shoot Strangers” – do irregular Fear Of The Dark (que marca fase de declínio criativo da Donzela). Porém, o grupo mantém uma fórmula infalível em cima dos palcos. É algo que não apresenta novidades, mas que é funcional por ser um número inquestionável - não se questiona um show do Iron Maiden!

Embora o grupo seja conhecido como um pilar do Heavy Metal, hoje, trinta anos depois, eles parecem soar menos pesados no palco – tudo reflexo do sinuoso caminho musical, que começou no punk; correu para o Heavy; flertou com o Hard; se aventurou no progressivo; sobrevivendo às mudanças. Porém, ficou constatado na versão de “Running Free” – primeiro single da banda, lançado no longínquo ano de 1980 – que o público do Iron Maiden se recria ao tempo. É certamente a banda veterana com o público mais jovem da atualidade, o que é raro para os dias de hoje – em que jovens estão cada vez mais desprendidos de tradições. 

Talvez por isso, tenha ficado no ar a impressão, que apresentar a turnê de 1988 para o público do Rock in Rio, não foi um resgate saudosista, mas sim, uma inserção histórica para a molecada. Up The Irons!

[Matéria publicada originalmente por Bruno Eduardo no Portal Rock Press]

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
SOM-NA-CAIXA-2