Epica eleva energia do público do Rio de Janeiro.

Foto: Amanda Respicio / Rock On Board


E chegou um dos dias mais esperados para os fãs cariocas esse ano, a chegada do Epica ao Rio de Janeiro. E para esse show a banda prometia trazer o álbum Aspiral, que ainda está em processo de gravação, para apresentar ao público junto com algumas clássicas da banda como “Cry Of The Moon”. O público aguardava ansioso por Simone Simons e cia.

Fleshgod Apocalypse conquista o público com o seu carisma

Foto: Amanda Respicio / Rock On Board


Epica vem acompanhada nessa turnê dos italianos do Fleshgod Apocalypse, que vem abrindo seus shows, divulgando seu álbum Opera. Curiosidade: o álbum é inspirado na experiência de quase morte do vocalista da banda, Francesco Paoli. E eles começaram o show carregadíssimo no death metal sinfônico, com a canção a "Ode to Art", tocada ao piano e voz, com a muito boa vocalista Verônica Bordacchini. Peso é um prato cheio no show desses caras, e eleva toda a energia do público com carga de bateria completa.

Francesco Paoli agradece a presença de todos. “É a nossa primeira vez no Rio de Janeiro. Estamos muito animados”. Puxando a bandeira do Brasil, completou: “Isto aqui é uma bandeira do Brasil? Não, isso é o prêmio para os melhores dançarinos dessa noite. Disseram que eu posso encontrar os melhores dançarinos aqui no Rio, certo? Vocês podem treinar no Carnaval, certo? A próxima música é perfeita pra dançar, porque ela é sobre lobos. Então, os melhores dançarinos vão ganhar isso (a bandeira)”, promete, puxando a música "Morphine Waltz". A banda se mostrou bastante carismática no palco e se aventurou inclusive em fazer uma versão com um trecho de "Toxic" (Britney Spears) no final da música ”No”. Uma versão death metal do pop, bem única. A bandeira? Sinceramente, não sei o que houve com ela.

Foto: Amanda Respicio / Rock On Board

Ao final do show, com pouco tempo de palco, apenas para a execução de 10 músicas, (um tempo mais costumeiro na cena underground), o baterista Eugene Ryabchenko resolve assumir os teclados e fazer outra pequena brincadeira ao lado do tecladista Francesco Ferrini, criando uma versão bem insólita de "Blue (Da Ba Dee)", do grupo Eiffel 65, no que recebem uma resposta imediata da galera da quinta série, que por sua vez, resolve ensinar à banda a versão brasileira e “só um tapinha” toma conta do espaço, encerrando o show de forma  bem descontraída.

Discrição e dinâmica marcam a entrada do Epica

Foto: Amanda Respicio / Rock On Board


E finalmente chega a hora do grande momento. Bem pontual, sem um minuto a mais ou a menos, Epica chega ao palco sem delongas, e a sua vinheta oficial surge no telão ao fundo do palco. A banda é recebida com balões azuis e dourados, uma surpresa preparada por alguns fãs em homenagem ao lançamento do álbum Aspiral, segundo Elizabeth Lima, administradora do Fã Clube Oficial do Rio de Janeiro. Uma cena bem festiva.

Abriram com um single de seu álbum novo, “Cross The Divide”, música que já estava na ponta da língua de muitos ali. A resposta da plateia era total, a empolgação visível de poder ver a banda, ou a Simone Simons, que é um verdadeiro colírio para os olhos de qualquer um. Mas não é só na beleza que ela se garante. Sempre com uma presença de palco bem discreta e sem muita agitação ao palco, mas com muita maestria e total domínio de suas cordas vocais, Simone não canta uma nota fora do lugar. Mas se discreta Simone estava, a banda se mostrava ao contrário, dominando totalmente o palco, preenchendo todos os espaços vazios. Necessário falar, nunca vi um tecladista tão animado quanto Coen Janssen. No geral, a impressão era de estar ouvindo a gravação de estúdio, de tão bem trabalhada a banda inteira estava em sua execução.

A banda passeava entre suas músicas de álbuns anteriores e o atual, intercalando as músicas para manter o público sempre atento. Momentos mais delicados como na canção “Aspiral” onde Simons brilha sozinha com uma luz por trás, apenas o piano acompanhando, criando uma aura, digamos, mais celestial no palco, são marcantes.

Foto: Amanda Respicio / Rock On Board


Talvez a mais esperada da noite, “Cry of The Moon”, levantou todos os celulares para o alto, junto com o coro animado. A banda chega ao fim do show com a canção “Consign to Oblivion” com direito a uma pequena roda no meio da pista premium, iniciativa tomada pelo próprio público. A banda não trouxe nenhuma do álbum “Ômega”, que pra mim, gera um pouco de estranheza, já que foi um álbum anterior ao atual, recente. Mas o show se encerra com os fãs de alma lavada e realizados. Para os que já viram e para os que viram pela primeira vez a banda, vai ficar guardado com carinho na memória.


Amanda Respicio

Produtora audiovisual da Corrente Produções, atuando como fotógrafa cultural desde 2014, fotógrafa artística desde 2019, musicista, metaleira e erudita, pianista formada desde 2013, sempre acreditou que a música é o principal remédio para a alma.

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