O dia era de Páscoa, mas a noite foi de Judas, com uma celebração épica do heavy metal! Trazendo uma apresentação irretocável, Judas Priest subiu ao palco do Vibra São Paulo neste domingo, 20 de abril, ao lado de seus convidados mais que especiais, Queensrÿche. As apresentações ocorreram um dia após ambos se apresentarem no Monsters of Rock [saiba como foi AQUI], oferecendo aos fãs uma experiência mais intimista e focada.
Abrindo a noite, o Queensrÿche, uma das bandas mais influentes do metal progressivo e heavy metal dos anos 80 e 90, ofereceu uma performance marcada pela precisão técnica e pela entrega emocional. Após ter sua apresentação prejudicada no Monsters of Rock por problemas no som, que estava muito alto, com grave ensurdecedor e que impediram todos aqueles mais próximos ao palco de aproveitar o show, a banda compensou com um espetáculo memorável.
A promessa havia sido de que a noite traria shows completos de ambas as bandas, o que fez os fãs imaginarem que o setlist seria mais extenso do que foi apresentado na noite anterior no festival, contudo, o setlist do Queensrÿche manteve-se muito similar, omitindo hits como "Silent Lucidity" e "Jet City Woman" e removendo “The Mission” e “Nightrider” para incluir “Breaking the Silence” e “The Lady Wore Black”. Mesmo assim, a banda não decepcionou.
O vocal impecável de Todd La Torre, junto com as potentes guitarras de Mike Stone e Michael Wilton levaram os fãs a uma espécie de "viagem sonora" através das décadas do metal progressivo. O repertório, que incluiu sucessos como “Walk in the Shadows”, “I Don’t Believe in Love”, “Warning”, “Empire” e “Eyes of a Stranger”, agradou tanto os fãs das antigas quanto os mais recentes, equilibrando nostalgia com renovação.
Em seguida, foi a vez dos anfitriões da noite, e patrimônio do metal, subirem ao palco. Judas Priest trouxe ao Vibra São Paulo uma performance que reafirmou seu status como ícones do metal. A banda entregou uma performance poderosa, com um repertório recheado de hinos que marcaram gerações e faixas do novo álbum “Invincible Shield”. O carisma de Rob Halford, as guitarras gêmeas e a pegada explosiva fizeram do show uma experiência visceral.
O Judas Priest mantém uma das apresentações ao vivo mais consistentes e eletrizantes do heavy metal. Mesmo com as limitações físicas naturais da idade (Halford está com 73 anos), a banda impressiona pela entrega. A produção visual dos shows também é um ponto forte. Luzes intensas, pirotecnia e telões fazem parte do espetáculo, mas sem ofuscar a música.
"Panic Attack" abriu o show e demonstrou a vitalidade contínua do grupo. A apresentação seguiu com “You’ve Got Another Thing Comin’” e “Rapid Fire”, que precederam a clássica “Breaking the Law”. Neste momento, o Vibra São Paulo quase foi abaixo, com os fãs cantando a plenos pulmões, dando a resposta que a banda merecia.
O setlist seguiu muito similar ao da noite anterior no Monsters of Rock, apenas com a adição de “Saints in Hell” logo após “Devil’s Child”. “Crown of Horns” e “Invincible Shield” foram as escolhidas para representar o último álbum da banda lançado no ano passado.
Destaque também para “Painkiller”, que antecedeu o bis, e, como em toda apresentação do Priest, é um momento aguardado e celebrado pelo público, com a clássica introdução do baterista Scott Travis. Falando nos integrantes, Rob Halford foi um show à parte, alternando momentos teatrais com vocais ainda poderosos e uma entrega dramática. E sim, ele ainda entra no palco de moto em "Hell Bent for Leather", tradição obrigatória que emociona fãs de todas as idades.
A noite foi encerrada com chave de ouro, com "Living After Midnight".
A noite foi encerrada com chave de ouro, com "Living After Midnight".
O Judas Priest mostrou que mesmo após mais de 50 anos de carreira, o grupo mantém uma energia impressionante no palco. O que marcou o show foi a combinação entre a execução precisa e o carisma dos músicos, além da interação constante com o público, que cantava em uníssono os clássicos eternos da banda.