Mudhoney avassalador em São Paulo!

Foto: Ricardo A. Flávio

Dias movimentados em São Paulo, uma semana antes do festival Lollapalooza, com shows individuais de ícones do grunge: a turnê conjunta de Garbage & L7 chega ao país junto com o concorrido show do MUDHONEY, que depois de festejado show em Curitiba, aporta num lotado Cine Jóia, antes de ir para o Rio de Janeiro, com produção conjunta da MARATY e da POWERLINE.

Para abrir a noite desta sexta-feira, o cantor e compositor paraense ELDER EFFE, com mais de 20 anos de carreira, foi uma grata surpresa ao público, que em sua maioria desconhecia o artista. Elder, que tem quatro álbuns e inúmeros singles lançados, mostrou em seu curto set, acompanhado de competente banda, um balanço de sua carreira e agradou a todos, numa casa que ainda enchia enquanto o artista mandava seu recado, com direito a esperto e coerente discurso político, com atenção voltada para a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) e seu jogo de interesses escusos, e que esse ano ocorre em sua terra, o Pará.

Elder Effe - Foto: Ricardo A. Flávio

Com curto intervalo entre bandas, é chegada a hora dos santistas da banda APNEA, formada por gente experiente, de bandas como Ratos de Porão, Safari Hamburguers, Bayside Kings e Garage Fuzz. A banda Apnea faz um som muito competente, que mescla influências diversas, como heavy metal, stoner rock, grunge e indie rock. Em seu currículo, além de inúmeros singles, consta o álbum Sea Sound, muito elogiado e presente em várias listas de melhores discos do ano de 2022. Fizeram um show excelente, com a casa já cheia e empolgou bastante o público presente.

Apnea - Foto: Ricardo A. Flávio

Com 37 anos de carreira, o MUDHONEY, formado por Mark Arm (guitarra e vocal), Steve Turner (guitarra), Guy Maddison (baixo) e Dan Peters (bateria), merece o respeito de todos por ser um dos precursores do que veio a ser chamado de grunge, aquele rock sujo, denso, pesado, que mistura influências de punk rock, heavy metal e o rock clássico de gente como Neil Young e que, a partir da década de 90 mudou definitivamente o rock que era feito até então – num paralelo, foi como o punk rock a partir de 1976, que acabou com a frescura e fez do rock algo mais direto, cru e urgente.

Com a casa completamente lotada, bastaram poucos acordes e palavras de Mark Arm para que o público ficasse ensandecido e iniciasse uma roda que não acabou até o final do bis! Embalados pelo lançamento do elogiado álbum Plastic Eternity (2023), a banda chega para matar as saudades mútuas, afinal, são 11 anos sem shows deles no Brasil.

A apresentação é longa, são 26 músicas no set list, que fazem um balanço de toda a carreira do grupo, e ainda mandaram mais três outras músicas no aclamado bis, para alegria de todos. No palco a banda é simpática, mas sem muito agrado, é direta e faz o que tem de fazer, tocam rock! Alto e bem feito.

Como dito anteriormente, a banda é histórica, merece respeito, começou tudo o que Seatlle fez depois, tem público grande e apaixonado - como ficou nítido na plateia desta noite -, influenciou ícones, que ironicamente se tornaram muito maiores que eles! Sendo bem claro: para quem é fã, tudo foi lindo, e sempre será! Para quem conhece mas não se comoveu até hoje com seu trabalho, continua irrelevante, uma banda boa, e só. Segue o jogo.

Mudhoney - Foto: Ricardo A. Flávio


Ricardo Cachorrão

Ricardo "Cachorrão", é o velho chato gente boa! Viciado em rock and roll em quase todas as vertentes, não gosta de rádio, nunca assistiu MTV, mas coleciona discos e revistas de rock desde criança. Tem horror a bandas cover, se emociona com aquele disco obscuro do Frank Zappa, se diverte num show do Iron Maiden, mas sente-se bem mesmo num buraco punk da periferia. Já escreveu para Rock Brigade, Kiss FM, Portal Rock Press, Revista Eletrônica do Conservatório Souza Lima e é parte do staff ROCKONBOARD desde o nascimento.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
Banner-Mundo-livre-SA