Muitas bandas denominadas "grunge" se incomodam com esse rótulo. Certeza que o Mudhoney não é uma delas! E no último sábado, 22 de março, com abertura das ótimas bandas brasileiras, Grindhouse Hotel e Frogslake, os caras fizeram o público presente no Circo Voador, entrar num túnel do tempo, direto para o final dos anos 80 e início dos 90. Afirmo, sem medo de errar, foi um show histórico!
Mark Arm, vocalista da banda, que leva a fama de ter "inventado" o termo grunge, e seus companheiros, são a própria personificação do que veio a ser intitulado assim. Foi um show para a memória de um local tão icônico quanto a banda: o Circo Voador.
Desfilando um repertório que trazia desde seu debut álbum, o clássico "Superfuzz Bigmuff", até seu último lançamento Plastic Eternity, o Mudhoney enlouqueceu a galera esperta que foi até o Circo para ver um dos grupos que moldaram a cena de Seattle. Ao exemplo do show feito em São Paulo [saiba como foi AQUI], a plateia carioca não parou nem por um segundo, e agitou do início ao fim. Outro ponto positivo, é que a plateia não era formada apenas pelos tiozões do rock, que usaram casaco de flanela nos anos noventa. Muitos jovens, que não eram nem nascidos quando o Nirvana quebrou o mundo no meio, estavam abrindo rodas gigantes e se arriscando nos stage dives - os famosos mergulhos do palco.
Foto: Rom Jom / Rock On Board
Conforme Mark Arm antecipou ao Rock On Board, dias atrás, o Mudhoney fez um apanhado de toda a discografia. O show teve por volta de duas horas, e não faltaram clássicos como "Touch Me, I'm Sick" e "Sweet Young Thing Ain't Sweet no More", além de músicas novas, como "Little Dog". Foi tudo lindo de ver.
Que mais e mais shows como esse possam acontecer, e vida longa às lendas do rock!
Grindhouse Hotel e Frogslake
É importante mencionar honrosamente as bandas de abertura. Gringhouse Hotel, de São Paulo, e Frogslake, de São Gonçalo (RJ), mostraram que o underground tupiniquim tem muita coisa boa. Grindhouse Hotel, com algo mais puxado para o stoner rock, que lembrou em alguns momentos o peso de bandas como Melvins e Queens of the Stone Age, iniciou muito bem a noite e, seguida do ótimo Frogslake, uma espécie de "Nirvana Fluminense", que também deixou ótima impressão no público presente e que, inclusive, tem um álbum masterizado pelo lendário Jack Endino, produtor icônico da cena de Seattle. O rock brasileiro sobrevive.
ASSISTA ABAIXO A ENTREVISTA COM MARK ARM, DO MUDHONEY
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