Mokambo une rock, folk e blues de forma agradável em 'Tudo Que Há de Mais Bonito'

Mokambo

Tudo Que Há De Mais Bonito
⭐⭐⭐✰✰3/5
Por  Bruno Eduardo 


A banda carioca Mokambo acaba de lançar o seu primeiro disco full. Com influência sonoramente confessa no blues rock, o grupo apresenta aquela cartilha básica funcional do estilo, com guitarras muito bem tocadas, harmonias levadas pelo feeling e letras que parecem fazer sentido para qualquer pessoa de coração quente. Mas o que mais chama a atenção no disco de estreia da banda, de forma positiva, é que ele soa convidativo ao amante de boa música, soando agradável em qualquer estação ou faixa do tempo.

O álbum abre de forma certeira. "Tudo que Há de Mais Bonito", faixa-título do disco, é um rockão pra cima, que te convida a querer ouvir o play no mais alto volume, de janela aberta para o mundo. Vale destacar, que essa é também a canção mais pesada desse trabalho, com riffão e bateria firmes, vocal enérgico e letra que convida a parar de perder tempo esperando e viver a vida o quanto antes.

Na continuidade, a dobradinha "Daquilo Que Não Me Pareço" (que conta com a participação de João Fera, tecladista dos Paralamas do Sucesso) e, principalmente, "Cores Pra Você", caminham para algo mais melódico, com upgrade importante de cordas divinamente bem inseridas e um solo de gaita rasgado. Salta aqui aos ouvidos também, a incrível semelhança no timbre de voz de Bruno Leiroza, com Frejat. E essa referência vocal aparece ainda mais forte em outras faixas, especialmente em "Você Bem Sabe", que remete inclusive, à fase solo do ex-Barão Vermelho. Atente também ao solo tirado lá do fundo da alma, do bom guitarrista, Leo Ventura.
 
 
No meio do álbum, "Um Milhão de Anos" expõe a maior tendência sonora do Mokambo: o blues. A levada arrastada da bateria nesta canção com o baixo fraseado de Budah Marcio, quase entrega o jogo. Mas o estilo vem escancarado mesmo, é na excelente "Nada Dá Certo" - essa sim, um bluesão assumido com todos os ingredientes necessários para a receita. Na verdade, é caminhando nessa trilha do blues que o grupo parece se sentir mais à vontade para se expressar, e onde acerta no alvo mais vezes nesse conjunto de onze faixas. 

O disco segue um caminho mais tranquilo na parte final. "Sem Conserto" é uma peça folk, praticamente desplugada, com slides, e detalhes percussivos para marcar território. Já "Próximo Inverno", que fecha o disco, é quase uma serenata de despedida, com cordas no fundo para enfeitar a obra, que precisa ser conferida com calma o quanto antes. Totalmente indicado.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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