Will Smith faz show estilo "bate-ponto" em Palco Sunset abarrotado

Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
 
Escalado de última hora no Rock in Rio, Will Smith fez jus ao posto de convidado 'ilustre' com uma apresentação concorrida, mas que soou como um aquecimento para a atração seguinte (Gloria Groove). Na verdade, a inclusão do astro hollywoodiano foi uma clara tentativa de dar uma turbinada na venda de ingressos do chamado "dia do pop", que parece não ter surtido o efeito esperado pela produção do festival, que seria o sold out. Na verdade, esse foi o primeiro dia a não ter os ingressos esgotados na edição - o dia 21 (Dia Brasil) parece estar indo pelo mesmo caminho.

Voltando a Will Smith, o cara até que esbanjou simpatia. Foi carinhoso com quase todo mundo desde que chegou no Brasil - a cena dele fazendo selfies com os garis na passagem de som rodou o mundo - e em cima do palco manteve isso. Desde a primeira música, ele interagiu o tempo inteiro com o público e até desceu do palco para ir até grade fazer a alegria da galera. Mas a apresentação, curta, e sem nenhuma canção que realmente 'pegasse', causou a impressão de música ambiente para o povo conversar ou descansar no gramado. Em vários momentos o som que vinha do Palco Sunset foi abafado pela galera batendo papo sobre coisas aleatórias.
 
Foto: Adriana Vieira / Rock On Board
 
Na verdade, não houve qualquer cantoria durante o show, que registrou um dos maiores públicos do Palco Sunset no Rock in Rio 2024. Aí você pergunta: "Nem mesmo naquela música do seriado 'O Maluco no Pedaço?'". Até poderia ter acontecido. Mas se ele tivesse tocado a canção, né? O cara simplesmente desprezou a sua única chance de criar uma conexão com o povão ao deixar de fora do limitadíssimo repertório, "The Fresh Prince Of Bel-Air". 

Do setlist, a única que até soou familiar para alguns, foi "Men in Black", trilha sonora do seu filme mais popular, mas que nem causa tanto impacto por conta da faixa etária predominante do Rock in Rio, já que trata-se de um blockbuster de quase trinta anos. De resto, o povo que parou para prestar atenção no show, viu uma quantidade de labaredas, fogos de artifício, jatos de fumaça e um monte de gente em cima do palco dançando e jogando a mãozinha para o alto - com exceção para a boa participação do coral Cariocanto, em "You Can Make it".

De todo modo, não dava para esperar mais do que isso. Will Smith não veio aqui para fazer uma apresentação musical. Ele veio para fazer "aquela presença", como um astro de Hollywood no Palco do Rock in Rio. E mesmo que os ingressos não tenham esgotado, se conseguiu o que dele se espera no festival. Basta ver a multidão que ele aglomerou em apenas meia hora de apresentação sem qualquer hit num dia pop.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
Banner-Mundo-livre-SA