“Powerslave”, os 40 anos do clássico do Iron Maiden

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E foi em 3 de setembro do longínquo ano de 1984 que o mundo recebeu “Powerslave”, o clássico quinto álbum de estúdio dos britânicos do IRON MAIDEN, que levou o velho mascote Eddie, The Head a uma aventura egípcia, na capa com o magnífico traço do artista plástico Derek Riggs, o criador da criatura que ganhou vida e representa tão bem uma das maiores bandas de heavy metal de todos os tempos.

“Powerslave” foi gravado em Nassau, nas Bahamas, e foi produzido por Martin Birch, que teve em seu currículo a produção de álbuns de Deep Purple, Rainbow, Black Sabbath, dentre outros, e foi o responsável pelos melhores álbuns do Iron Maiden – do segundo álbum “Killers” (1981) até “Fear of the Dark” (1992), quando se aposentou, todos tem o dedo do mago.

Legal lembrar também que “Powerslave” é um disco particularmente importante para o Brasil, pois foi em sua turnê de lançamento, a famosa “World Slavery Tour”, que rendeu o disco ao vivo “Live After Death”, que a banda se apresentou pela primeira vez no país, quando tocou para aproximadamente 350.000 pessoas na primeira edição do Rock in Rio, na noite de abertura do festival, em 11 de janeiro de 1985, juntamente com o Queen.


Vamos ao que realmente interessa, o disco é um arregaço do início ao fim!

O álbum abre com “Aces High”, música do baixista Steve Harris que versa sobre as batalhas aéreas durante a Segunda Guerra Mundial, até hoje um dos maiores clássicos da banda. Na sequência vem “2 Minutes to Midnight”, o primeiro single do álbum, onde os autores Adrian Smith (guitarras) e Bruce Dickinson (vocal), em tempos de Guerra Fria e uma constante ameaça de uma catástrofe nuclear, falam deste tema, numa alusão ao famoso “relógio do juízo final” (ou “relógio do apocalipse”, simbolismo que marca o tempo que a humanidade tem até o fim nuclear).


Losfer Words (Big ‘Orra)” é uma das poucas faixas instrumentais que o Iron Maiden gravou durante sua longa carreira! À época, o autor Steve Harris até pediu uma letra aos outros membros da banda, mas, chegaram a conclusão de que estava tão boa que, para que letra aqui?
 Está ótima como ficou!

O disco segue com a ótima “Flash of the Blade”, música de Bruce Dickinson que fala de luta de espadas, de alguém que passa a infância desejando se tornar um grande guerreiro e atinge este objetivo ao dominar a arte das espadas e se tornar um vingador dos infortúnios sofridos por sua família, e aí entram as curiosidades a cerca do vocalista da banda que, além de cantor, compositor, piloto de avião, escritor, mestre cervejeiro, também é esgrimista!

The Duellists” vem na sequência e é outra faixa que fala sobre luta de espadas. É uma daquelas músicas da banda onde o baixo galopante de Steve Harris se sobressai a tudo o mais que a banda pode apresentar, e quem ouve começa a bangear mesmo involuntariamente, a batida empolga. O disco continua com “Back in the Village”, uma canção típica do Iron Maiden mas, neste álbum é a mais fraca.


A faixa título, “Powerslave”, justifica a capa do álbum, com temática egípcia. A letra divaga sobre divindades do antigo Egito, fala dos deuses Osíris e Hórus e explora temas como o poder e a única certeza da vida, que é a morte! Mesmo um faraó, um deus, um verdadeiro “escravo do poder”, é igualado aos homens comuns na inevitável hora da morte.

O álbum se encerra com um épico, a longa faixa “Rime of the Ancient Mariner”, de Steve Harris, baseada no texto de 1798 do escritor Samuel Taylor Coleridge, que narra a história de um velho marinheiro amaldiçoado por um albatroz. Com mais de 13 minutos de duração, a banda só foi gravar uma canção maior que esta no disco “The Book of Souls”, com os 18 minutos de “Empire of the Clouds”, já em 2015.

Este é “Powerslave”, um disco necessário, mesmo 40 anos depois.

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Ricardo Cachorrão

Ricardo "Cachorrão", é o velho chato gente boa! Viciado em rock and roll em quase todas as vertentes, não gosta de rádio, nunca assistiu MTV, mas coleciona discos e revistas de rock desde criança. Tem horror a bandas cover, se emociona com aquele disco obscuro do Frank Zappa, se diverte num show do Iron Maiden, mas sente-se bem mesmo num buraco punk da periferia. Já escreveu para Rock Brigade, Kiss FM, Portal Rock Press, Revista Eletrônica do Conservatório Souza Lima e é parte do staff ROCKONBOARD desde o nascimento.

4 Comentários

  1. Cachorrão como sempre, fazendo poesia em seus textos. Deu até apetite pra ouvir essa bolacha…

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  2. Cachorrão como sempre postando bons textos. Vou até essa bolacha aí.

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