Natália Lebeis mistura poesia concreta, batuque e beats em novo single

Foto: David Pacheco

Após a repercussão do single de estreia Égua Solta, Natália Lebeis mostra mais uma faceta do seu trabalho com a música 'meucorponuseucorponumeu', uma poesia-concreta cíclica com pitadas de funk, guitarrada indie e toda sorte de barulhinhos eletrônicos e experimentais.

'meucorponuseucorponumeu' é o segundo single de Natália, antes do disco Choque Eletrostático, que chega às principais plataformas de streaming no próximo mês de agosto. Tudo com lançamento via Toca Discos e distribuição da Altafonte Brasil.

Ouça a nova música aqui a partir de 1º de agosto: https://links.altafonte.com/meucorponuseucorponumeu.

Com percussão afiada de Cláudio Brito e guitarra envenenada de Thiago Nassif, 'meucorponuseucorponumeu' poderia facilmente ser uma canção do Arnaldo Antunes. "Eu adoro como a repetição incessante de palavras ou frases é capaz de transformar o seu sentido original e nos sugerir outros significados.”

"É muito massa como a poesia concreta nos provoca. É como uma nuvem que tanto pode ser um cachorro, como um velho ancião. Talvez a música fale sobre relações, mas talvez seja apenas sobre pessoas que se esbarram. Eu curto a possibilidade. Para mim, não interessa conclusão ou definição", contextualiza Natália.

Foto: David Pacheco

Natália Lebeis, biografia

Natália Lebeis nasceu no Rio de Janeiro e começou a carreira no teatro, como parte da cena independente da cidade. A partir daí, começou também a produzir espetáculos e outros projetos artísticos e se apaixonou pela correria dos backstages.

"Ao longo dessa trajetória, produzi inúmeros festivais, mostras, shows e espetáculos e tenho certeza que isso me tornou uma artista mais consciente do meu lugar e das minhas possibilidades no mercado”, ela lembra.

As influências

Natália conta que seu gosto musical foi formado por muitas coisas diferentes. “Já fui grunge, metaleira e fã da Britney Spears, mas o indie rock dos anos 2000 (Libertines, Strokes, White Stripes, Electrelane, Yeah, Yeah, Yeahs, entre outros) me marcou profundamente. Foi quando eu me entendi parte de uma cena.”.

"Nessa época comecei a frequentar as casas do grupo Matriz no Rio e me apaixonei pelas bandas que usavam eletrônicos, principalmente sintetizadores, e pelo rock e o punk dos anos 60/70. Depois descobri a música nacional e fui abduzida pela Bossa Nova e todo o movimento musical e de contracultura que surgiu no Brasil dos anos 70 (Tropicalismo, Gal, Caetano, Gil, Jards, Tom Zé, Mutantes)".

A música brasileira atual também chama a atenção de Natália e ela menciona artistas como Ana Frango Elétrico, Jadsa e Maria Beraldo, além de mencionar os trabalhos de Thiago Nassif e Jonas Sá, "que tive a sorte de ter como produtores do meu disco", ela completa.

Natália entre texturas e timbres

Natália gosta de explorar a plasticidade nos seus trabalhos, seja a partir da experimentação de sonoridades, texturas, timbres, ou da própria forma como a composição poética pode se construir.

O álbum de estreia, Choque Eletrostático, foi se desenhando a partir desses desejos de provocação da artista.

"Gosto muito das coisas que não se definem facilmente, então, quando no final do processo de gravação, eu, Jonas e Thiago não soubemos definir muito bem o gênero/estilo do disco, eu entendi que o trabalho estava pronto. Acho que o disco tem um pouco de tudo o que eu gosto e sou: sintetizador de pista, refrão chiclete, letras irônicas, barulhinhos experimentais, o funk, rock, MPB, new wave e pop. Isso diz muito sobre eu ter sido uma adolescente que ouvia Nirvana e Madonna. Que gostava de Nightwish à noite e ouvia Vinicius de Moraes de manhã com o mesmo fascínio e tesão."


Choque Eletrostático, o álbum de estreia

Choque Eletrostático, que chega ao streaming em agosto deste ano pela Toca Discos, é um disco de composições próprias de Natália, que se arrisca no desejo de explorar sua potência performática e provocativa. É um disco de reflexões existencialistas sobre vida, morte, amor e desejo a partir de uma visão singular cheia de acidez e ironia.

O álbum foi produzido pelo Jonas Sá e Thiago Nassif, que também tocam diversos instrumentos, e recebeu participações importantes como Pedro Sá (ex guitarrista da banda Cê), Bi Beats (baterista da Jadsa), Thomas Harres (baterista da Céu e Bala Desejo), Pedro Dantas (baixista de Jards Macalé), Claudio Brito (percussionista da Martnália) e Bellacomsom (artista visual, experimental e inventora de instrumentos).

"Todos eles foram fundamentais para a construção da linguagem do disco", destaca Natália.

Acompanhe a Natália Lebeis



Foto: David Pacheco


Ricardo Cachorrão

Ricardo "Cachorrão", é o velho chato gente boa! Viciado em rock and roll em quase todas as vertentes, não gosta de rádio, nunca assistiu MTV, mas coleciona discos e revistas de rock desde criança. Tem horror a bandas cover, se emociona com aquele disco obscuro do Frank Zappa, se diverte num show do Iron Maiden, mas sente-se bem mesmo num buraco punk da periferia. Já escreveu para Rock Brigade, Kiss FM, Portal Rock Press, Revista Eletrônica do Conservatório Souza Lima e é parte do staff ROCKONBOARD desde o nascimento.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
Banner-Mundo-livre-SA