Nação Zumbi toca para casa lotada na celebração de "Da Lama ao Caos'

Nação Zumbi no Palco do Circo Voador (Foto: Rom Jom)
 
Celebração com casa lotada e muita festa é uma combinação perfeita para uma noite inesquecível. E assim foi a última sexta-feira no Circo Voador, que recebeu então a turnê de 30 anos do álbum Da Lama ao Caos da Nação Zumbi. Sim, aquele que contém músicas mais do que consagradas e apresentou ao mundo a banda e o mestre Chico Science. E além disso, trouxe uma revolução na música e cena rock, com uma junção de maracatu, rock, psicodelia com muito peso, e claro, iniciou o movimento Manguebeat. É um álbum essencial para qualquer amante de música, sim. A banda já tem o costume de celebrar suas obras desta forma, com turnês comemorativas, e sempre é um sucesso. E dessa vez não foi diferente.

Jorge do Peixe e sua trupe sobem ao palco um pouco depois do horário marcado, anunciando o que seria na ordem do disco Monólogo ao Pé do Ouvido, destilando seu discurso, com a festa já se iniciando com as alfaias. As gravações desse álbum foram feitas no Rio de Janeiro, e nada mais “em casa” para a banda, que convidar o produtor e responsável pela sonoridade, Liminha, que entra no palco e toca com a banda “Rios, Pontes & Overdrives”, e as clássicas “A Cidade” e “A Praieira”. Difícil descrever a emoção e catarse coletiva em que o local se encontrava, e o que se percebe é uma roda de pogo generalizada com todas as músicas cantadas em alto e bom som por todos.  

Performance do Caboclo de Lança no show da Nação Zumbi (Foto: Rom Jom)

"Samba Makosa" e "Da Lama ao Caos" transformou o local realmente em um caos, onde até para filmar próximo do palco foi difícil para alguns, a energia estava alta. Na Instrumental “Salustiano Song” teve a participação no violino de Maciel Salú dando ainda mais a pitada nordestina ao som da Nação, assim como era no álbum, e ainda fez o mesmo em outros momentos, como em “Lixo no Mangue”. Chico esteve presente em um gesto simples e bonito com seu chapéu no pedestal do microfone durante a execução. Inesquecível.

O púbico cantou cada verso de todas as músicas até a últimas “Risoflora” e “Computadores Fazem Arte” que ficam no final da apresentação. Com todos felizes, chega o gran finale do bis.

Jorge Du Peixe comanda a festa no Circo (Foto: Rom Jom)

“Ainda resta fôlego por aí?” - Jorge pergunta. E sem delongas, “Foi de Amor”, com sua guitarra pesada, tira os pulos da plateia, que não esperava na sequência “Manguetown” - quem viveu a época do auge da MTV tem essa música em um lugar especial no coração –, mas “Meu Maracatu Pesa 1 Ton” faz o povo pirar ainda mais. E como se não sobrasse mais nada, a noite finaliza com “Quando a Maré Encher” e “Maracatu Atômico”.

Muito mais do que uma celebração, uma festa. Uma festa com o que temos de melhor da nossa brasilidade e todo o legado que a Nação Zumbi, junto com Chico, deixam na música mundial. Que venham mais celebrações. Viva Chico! Viva Nação Zumbi!

Rom Jom

Fotógrafo, jornalista, mochileiro, baixista, punk rocker e decano de roda de pogo. Pela Rock On Board cobriu vários festivais como Maximus e RIR além de entrevistas com Rival Sons, Linkin Park, Cypress Hill, Comeback Kid, Red Fang e muitas outras.

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