Ed Sheeran no Rock in Rio Lisboa: uma prévia que o Brasil verá em setembro

Foto: Helena Yoshioka / Rock in Rio Lisboa
 
No meio do seu show que fechou a segunda noite do Rock in Rio Lisboa, o cantor Ed Sheeran comentou que não tem hobbies. Vive para e pela música, a sua grande paixão. Por causa dela, ele garante que a sua vida se alterna entre o palco e a composição de novas canções. Deve ser por isso que Sheeran é tão prolífico, a ponto de ter lançado dois álbuns no ano passado: - e Autumm Variations. O cantor britânico também parece gostar de não depender de ninguém e ser autossuficiente em sua música. Isso explica porque ele dispensa músicos de apoio e se garante num show solo e, até certo ponto, minimalista. 

 

Uma das grandes atrações não apenas da edição lisboeta, mas também do Rock in Rio brasileiro que acontece em setembro deste ano, Sheeran trouxe não somente os seus sucessos, mas um pedal de loop em que gravava ao vivo as bases de algumas de suas canções e as colocava para reproduzir ao seu bel prazer em nome da sua arte. Pareceu estranho quando ele explicou ainda no início do show, mas no fim funcionou bem nas músicas que ele achou necessário usar a tecnologia. Era como ter Ed Sheeran tocando para Ed Sheeran ou fazendo backing vocal de si mesmo. 

 

A curiosa opção não causou estranheza no público fiel que lotou o Parque Tejo para vê-lo. Aos fãs interessava mais ouvi-lo cantar sucessos como “Photograph”, “Shape Of You” e “Bad Habits” do que em tecnicalidades. 

 

Sheeran esteve bem à vontade sozinho e com o enorme Palco Mundo à sua disposição. Conversou o tempo todo com a plateia, relembrou a sua apresentação no Rock in Rio Lisboa há dez anos, e contou com um público bastante participativo durante 1h30 do seu espetáculo, que começou com a boa “Castle On The Hill”. 

 

Para quem não é fã, porém, a dinâmica mais minimalista pode cansar. Por mais que Sheeran se esforce alternando canções mais lentas com outras mais agitadas e outras em que imprime até uma pegada de rap – como no medley “Take It Back/Superstition/Ain´t No Sunshine”, por vezes se sente a necessidade de mais texturas. Nada, no entanto, que incomode o fã do cantor.

 

Sheeran, inclusive, tem tanta confiança na sua qualidade que se dá ao luxo até de soltar uma brincadeira antes de cantar “Thinking Out Loud”.

 

- Lisboa, se você não conhece esta canção está, no concerto errado.

 

Se mantiver para o Rio de Janeiro o mesmo set list de Lisboa, o público carioca ainda verá canções como “Eyes Closed” e “Sing”, além de “Shivers”, “The A Team”, “Give Me Love” e “Perfect”. Em maior ou menor escala, todas emocionaram o público do Parque Tejo, que neste domingo aparentou ser mais jovem e mais formado por famílias do que na véspera.

 

“Shape Of You” e “Bad Habits” foram os hits que fecharam a apresentação, cantados diante de um Parque Tejo já um pouco mais vazio. Afinal, já era 0h e segunda-feira era dia de trabalho para boa parte dos 80 mil presentes no Parque Tejo.

O jornalista Marcelo Alves, repórter do Rock On Board, acompanhou o festival presencialmente.

Marcelo Alves

Acredita que o bom rock and roll consiste em dois elementos: algumas ideias na cabeça e guitarras no amplificador. Fã de cinema e do rock nas suas mais variadas vertentes, já cobriu três edições do Rock in Rio e uma do Monsters of Rock. Desde 2014, faz colaborações para o site "Rock on Board". Já trabalhou em veículos como os jornais "O Globo" e "O Fluminense". Twitter: @marceloalves007

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
Banner-Mundo-livre-SA