Orgy of the Damned
⭐⭐⭐⭐⭐5/5
⭐⭐⭐⭐⭐5/5
Por Karla Beltrani
Hoje é o lançamento mundial do mais novo álbum do consagrado guitarrista Slash, Orgy of the Damned que conta com o peso de grandes músicos como: Brian Johnson, Chris Robbinson, Gary Clark Jr, Iggy Pop, Beth Hart, Paul Rodgers, Steven Tyler e outros nomes.
O álbum tem 12 músicas em uma acertada e feliz releitura do passado, Slash e convidados trazem o lado A e o lado B do blues muito bem executados, com versões que valem à pena ser ouvidas da primeira até a última nota.
Você deve estar pensando que esse é apenas mais um álbum de covers e é ai que você se engana, digo sem medo que Orgy of the Damned é de longe um dos melhores discos do guitarrista, que de uma forma muito particular expressa toda sua devoção pelo estilo musical do qual sempre foi inspiração e referência.
As faixas iniciais dão o tom do que podemos esperar, "The Pusher" originalmente de Hoyt Axton e mais conhecida com a banda Steppenwolf é a primeira música do álbum e tem participação do vocalista da banda The Black Crowes, Chris Robbinson que é um dos melhores vocalistas da sua geração e visceral em cada música que canta, na sequência as velhas conhecidas "Crossroads", música de 1936 de Robert Johnson e posteriormente regravada pelo guitarrista Eric Clapton, nessa versão tem participação do guitarrista Gary Clark Jr, que muitas vezes teve seu estilo de tocar comparado com Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan, "Hoochie Coochie Man" com Billy Gibbons da banda ZZ Top, ganham versões eletrizantes e grudentas de tão boas, com solos que nos levam para uma viagem ao Delta, Mississipi ou Tenneesse, é só escolher.
"Oh Well" clássico da banda Fleetwood Mac tem uma versão com mais distorção e peso, os vocais ficaram por conta do cantor country Chris Stapleton, que não poupa drives e rasgados, acho que nunca gostei tanto de solos como nessa música.
Em "Key to the Highway" a talentosa cantora Dorothy timbra um tanto Janis Joplin e Joss Stone em uma batida de blues deliciosa, para os fãs de Iggy Pop "Awful Dream", a ótima "Born Under a Bad Sign" tem Paul Rodgers, vocalista das bandas Free e Bad Company.
O que não falta nesse álbum são grandes clássicos, "Papa Was a Rolling Stone" é um deles, eu ainda prefiro a versão original com a banda The Temptations, a cantora pop Demi Lovato fez um bom trabalho, mas não me convenceu.
Agora você já imaginou um blues na voz de Brian Johnson, vocalista do AC/DC? Pois é, a empolgante faixa "Killing Floor", blues de 1964 do cantor Howlin' Wolf é cantada com primor e ainda conta com a participação do vocalista do Aerosmith, Steven Tyler que toca gaita.
Orgy of the Damned fecha com as faixas "Living for the City" com Tash Neal, "Stormy Monday" com a espetacular cantora, compositora e multi-instrumentista Beth Hart, que nos presenteia com sua voz rouca e sensual, um verdadeiro deleite a todos os fãs de blues, por último e não menos importante, a instrumental "Metal Chestnut".
Se você ainda não é fã de blues e do Slash, Orgy of the Damned é um ótimo convite.
E não é que essa aventura no blues me surpreendeu?