Com um cabelo cor de ouro, luvas pretas, e um palco cheio de referências às rodas de samba raiz, D2 apresentou seu repertório 'samba/rap', ainda à luz do dia. Do último e novíssimo álbum, IBORU, que é totalmente dedicado ao estilo, o artista escolheu praticamente 1/3 do seu repertório. "Povo de Fé", canção totalmente influenciada por Zeca Pagodinho, foi uma das que fizeram o povo cair no samba.
No entanto, em cima do palco, Marcelo D2 não perde suas origens e o estilo de cantar, transforma o samba em algo mais urbano, com vocais periféricos, bem menos sofisticado que alguns dos artistas que ele se influencia como o próprio Zeca ou Arlindo Cruz. O som grave que vinha do palco, dava o tom da proposta e ajudado por um telão cheio de referências, o cantor conseguia expressar o seu roteiro com muita naturalidade.
Da fase rap, ele trouxe algumas mais adequadas à mensagem desse novo show. "1967", que conta a sua origem humilde, encaixou bem com o repertório. Já o refrão de "Desabafo", sampler de "Deixa Eu Viver", foi comemorado como um gol pelo público mais próximo da grade. Mas nada comparado ao início de "Qual É?", seu maior sucesso da carreira.
Para dar uma liga maior num show roda de samba, D2 selecionou algumas versões para homenagear as suas grandes referências. "Vou levar vocês para o quintal do Zeca Pagodinho, porque lá se quiser fumar, eu fumo", disse antes de tocar "Maneiras". Além disso, ele celebrou o casamento recente com sua esposa em "Água de Chuva do Mar", da cantora Beth Carvalho, e encerrou o show ao som de "Zé do Caroço", de Leci Brandão.
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