Marcelo D2 apresenta nova roupagem e faz roda de samba no Lollapalooza

Foto: Bruno Eduardo / Rock On Board
 
Não é de hoje que Marcelo D2 demonstra uma incansável busca "da batida perfeita". Da rebeldia juvenil do Planet Hemp ao rap descolado dos seus primeiros álbuns solo, o músico parece estar mais assentado com a sua maturidade artística. Hoje, com 56 anos de idade, a impressão que ele passou no show do Lolla, é que no samba que os seus olhos brilham de verdade - tamanha era expressão de satisfação, não só com as canções mais com o que dividia no palco

Com um cabelo cor de ouro, luvas pretas, e um palco cheio de referências às rodas de samba raiz, D2 apresentou seu repertório 'samba/rap', ainda à luz do dia. Do último e novíssimo álbum, IBORU, que é totalmente dedicado ao estilo, o artista escolheu praticamente 1/3 do seu repertório. "Povo de Fé", canção totalmente influenciada por Zeca Pagodinho, foi uma das que fizeram o povo cair no samba.

No entanto, em cima do palco, Marcelo D2 não perde suas origens e o estilo de cantar, transforma o samba em algo mais urbano, com vocais periféricos, bem menos sofisticado que alguns dos artistas que ele se influencia como o próprio Zeca ou Arlindo Cruz. O som grave que vinha do palco, dava o tom da proposta e ajudado por um telão cheio de referências, o cantor conseguia expressar o seu roteiro com muita naturalidade.
 
Foto: Bruno Eduardo / Rock On Board
 
Da fase rap, ele trouxe algumas mais adequadas à mensagem desse novo show. "1967", que conta a sua origem humilde, encaixou bem com o repertório. Já o refrão de "Desabafo", sampler de "Deixa Eu Viver", foi comemorado como um gol pelo público mais próximo da grade. Mas nada comparado ao início de "Qual É?", seu maior sucesso da carreira. 

Para dar uma liga maior num show roda de samba, D2 selecionou algumas versões para homenagear as suas grandes referências. "Vou levar vocês para o quintal do Zeca Pagodinho, porque lá se quiser fumar, eu fumo", disse antes de tocar "Maneiras". Além disso, ele celebrou o casamento recente com sua esposa em "Água de Chuva do Mar", da cantora Beth Carvalho, e encerrou o show ao som de "Zé do Caroço", de Leci Brandão.

Assista abaixo a nossa cobertura em vídeo do Lolla 2024

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

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