Velas ao redor da bateria, um pedestal de microfone com um
pano vermelho e facas no centro do palco com fundo tomado pelo logo/nome da
banda. Dessa forma que a mulheres incríveis da Crypta anunciam seu show para o público
que lotava o Circo Voador nesta última sexta (03), ávidos pelo som pesado da banda
brasileira, que arrebata fãs ao redor do mundo. E não é à toa; a qualidade do show
é absurda.
Luzes escuras fizeram a cena para as integrantes entrarem no palco ao som de um prelúdio. E sem muitas delongas, a vocalista e baixista Fernanda dá o sinal para a porrada começar, e assim iniciam. “The Other Side of Anger”, do aclamado álbum lançado esse ano (Shades Of Sorrow), dá o tom pesado e forte que todos aguardavam. Já "Kali", do álbum Echoes Of The Soul (2021), faz a primeira roda de pogo abrir com a mesma brutalidade dos vocais guturais e as guitarras pesadas de Sonia Anubis e Tainá Bergamaschi que, além dos solos e bases de execuções impecáveis, batem cabeça em sincronia. E nesse primeiro momento ainda teve “Poisonous Apathy”, com um virtuoso e lindo solo e “Lift the Blindfold”.
O repertório da noite foi baseado nos dois álbuns que se demostrou
bem conhecido por todos os presentes.
“É muito bom estar aqui tocando pela primeira vez aqui no Circo com esse público todo! Estamos muito felizes! ” diz a vocalista, tentando demonstrar em palavras, a performance ímpar que estava acontecendo.
Difícil traduzir a potência do som e brutalidade
da banda, que é orquestrada pela bateria limpa, pesada e certeira de Luana Dametto - com destaque para “Lord of Ruins” e a veloz “Trial of Traitors”. O show não dá
descanso, e são muitos momentos únicos, como por exemplo, o duo da linha de guitarra em “Under
the Black Wings” e também o riff marcante de “The Outsider”.
A noite é finalizada com “From the Ashes”, que não resgata o último folego e todos saem felizes. “O Rio de Janeiro não decepciona nunca!”
diz Fernanda, e não é só o Rio que não decepciona com uma apresentação desse
tamanho. Que venham mais shows da Crypta por aqui.