Dirty Honey lança segundo álbum e se consolida no universo setentista

Dirty Honey

Can't Find The Brakes
⭐⭐⭐✰4/5
Por  Rosangela Comunale 

Can´t Find the Brakes”, dos americanos do Dirty Honey, assim como diz o título em português, parecem mesmo não ter encontrado os freios para conter o rumo musical setentista pelo qual trilhou desde o início da carreira. Apesar de não apresentar muita originalidade, a banda conseguiu, pelo menos vencer o famoso desafio do segundo disco, após toda a grata surpresa e aclamação que causou o trabalho de estreia que leva o nome do grupo.

Dotado da velha receita sobre como fazer um álbum hard rock, “Can´t Find the Brakes” apresenta boas baladas em “Roam”, “You Make it All Right” e “Coming Home (The Ballad of the Shire) e letras sofridas e intensas , como na faixa título:She moves through life like a bullet train/She's got no time to waste/She gets higher than an airplane/When life's too hard to face “( “Ela passa pela vida como um trem bala/ Não tem tempo a perder/ Fica mais alta que um avião/ Quando a vida fica dura demais para encarar”). Falando em fórmulas para álbuns de hard rock, até a arte gráfica de “Can´t Find the Brakes” não foge à regra da cultura dos anos 70. A obra retrata os mesmos lábios já conhecidos e característicos na identidade visual da banda repaginados com cores vibrantes de grafite, pintados pelo renomado artista Kelly “RISK” Gravel.

A maturidade técnico-musical da banda é evidenciada ao longo do disco com a utilização de riffs em staccato como em “Satisfied” e o ar blueseiro de “Rebel Son” que fecha o disco. O destaque vai para “Don´t Put Out the Fire”, som que abre a obra e gera toda uma expectativa para o que está por vir mas não acontece por conta da linearidade das músicas subsequentes. Com uma pegada Southern Rock, esta primeira faixa emana a energia típica do passado, a mesma que já havia sido reavivada com o surgimento dos Black Crowes nos anos 90.
 
 
Produzido pelo experiente Nick DiDia e gravado em seu estúdio na Austrália, o álbum resgata todo o clima de seus antepassados hard rockers, incluindo nisso os vocais de Marc LaBelle que remetem, vez ou outra, aos agudos do Steven Tyler, do Aerosmith. E ainda na garupa dos veteranos, o Dirty Honey também garantiu participação na leg americana da última turnê do Guns´n Roses.

O fôlego agora continua, com o lançamento de “Can´t Find the Brakes”, em uma série de shows pelos EUA  e outros programados para 2024 na Europa.  “Decidimos chamar o álbum de “Can´t Find the Brakes” porque o título praticamente representa a cápsula do tempo de nossas vidas neste momento.

Estamos frequentemente em movimento e passando cada dia de cidade em cidade. Às vezes, ser um músico em tour nos dá a impressão de que estamos num trem em alta velocidade, e mesmo não achando os freios, você se pergunta se queria mesmo achá-los”, revelou LaBelle, para a mídia americana.

A formação original da banda continuaria a mesma não fosse pela saída do batera Jaydon Bean que foi substituído Corey Coverstone. Pelo visto, mesmo com a alteração, os americanos continuaram dando conta do recado para deleitar os ouvidos de quem curte um som 70s. “Can´t Find the Brakes” é álbum linear e ponto final. Não surpreende, apesar de, tecnicamente, esbanjar um hard rock digno de um Aerosmith na década de 70.

Rosangela Comunale

Amante das artes, principalmente, da Música. Formada em Piano Clássico. Militante da causa animal.

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