Não é difícil ter a oportunidade de ver Bruce Dickinson no Brasil. Além das turnês com o Iron Maiden, que possui passagem quase obrigatória pelo país, o cantor também tem aparecido bastante para dar palestras sobre empreendedorismo - inclusive tem uma marcada para o acontecer no Summer Breeze Brasil, no próximo fim de semana, em São Paulo.
Mas não é todo dia que você terá o privilégio de assistir um dos maiores cantores de heavy metal de todos os tempos interpretando clássicos do Deep Purple com uma super banda e uma enorme orquestra. Isso porque a apresentação faz parte da turnê “The Music of Jon Lord and Deep Purple”, que presta homenagem ao saudoso tecladista e também ao álbum Concerto For Group and Orchestra, gravado pelo Deep Purple com a Royal Philharmonic Orchestra, em 1969.
Além de Bruce Dickinson, a banda de apoio conta com a baixista do Whitesnake, Tanya O'Callaghan, o tecladista do Jethro Tull, John O’Hara, e membros que acompanhavam John Lord, como o baterista Bernard Welz e o guitarrista Kaitner Z Doka.
A show é dividido em três segmentos. O primeiro basicamente instrumental, com uma rápida participação de Dickinson. Mas é na sequência que as coisas esquentam. Duas canções de sua carreira solo botam a plateia para cantar alto. "Tears Of The Dragon", sucesso de Balls To Picasso, primeiro álbum solo de Dickinson após largar o Maiden, evidencia uma impressionante manutenção vocal. A outra é "Jerusalem", faixa mais tranquila do sensacional Chemical Wedding, de 1998.
A execução dessas duas canções abriu um parênteses para chamar a atenção de como a carreira solo de Bruce Dickinson é ótima, e que lamentavelmente foi cessada totalmente após seu retorno ao Iron Maiden, no início dos anos 2000.
Depois disso, chega a hora das interpretações de alguns clássicos do Purple. Na melhor junção entre banda e orquestra, "Pictures Of Home" do petardo Machine Head, é a primeira a fazer o público ir ao delírio. Dickinson, em grande performance, valoriza ainda mais a magnitude de Ian Gillan em hinos como "Perfect Strangers", e claro, na maior de todas, "Smoke On The Water". O cantor também se destaca pela presença de palco. Fazendo graça o tempo inteiro, ele não se intimida pelo espaço limitado no palco. Tanto que faz questão de chamar a atenção em todos momentos do show, principalmente nas passagens instrumentais.
Mesmo numa atmosfera quase intimista para os adeptos de uma mega banda como o Iron Maiden, com cadeiras no lugar da pista tradicional, podemos dizer que foi sem sombra de dúvidas uma noite particularmente especial para os fãs de rock.