Bruce Dickinson canta clássicos do Deep Purple em noite memorável

Foto: Adriana Vieira
 
Não é difícil ter a oportunidade de ver Bruce Dickinson no Brasil. Além das turnês com o Iron Maiden, que possui passagem quase obrigatória pelo país, o cantor também tem aparecido bastante para dar palestras sobre empreendedorismo - inclusive tem uma marcada para o acontecer no Summer Breeze Brasil, no próximo fim de semana, em São Paulo.

Mas não é todo dia que você terá o privilégio de assistir um dos maiores cantores de heavy metal de todos os tempos interpretando clássicos do Deep Purple com uma super banda e uma enorme orquestra. Isso porque a apresentação faz parte da turnê “The Music of Jon Lord and Deep Purple”, que presta homenagem ao saudoso tecladista e também ao álbum Concerto For Group and Orchestra, gravado pelo Deep Purple com a Royal Philharmonic Orchestra, em 1969.

Além de Bruce Dickinson, a banda de apoio conta com a baixista do WhitesnakeTanya O'Callaghan, o tecladista do Jethro Tull, John O’Hara, e membros que acompanhavam John Lord, como o baterista Bernard Welz e o guitarrista Kaitner Z Doka.
 
 
A show é dividido em três segmentos. O primeiro basicamente instrumental, com uma rápida participação de Dickinson. Mas é na sequência que as coisas esquentam. Duas canções de sua carreira solo botam a plateia para cantar alto. "Tears Of The Dragon", sucesso de Balls To Picasso, primeiro álbum solo de Dickinson após largar o Maiden, evidencia uma impressionante manutenção vocal. A outra é "Jerusalem", faixa mais tranquila do sensacional Chemical Wedding, de 1998. 

A execução dessas duas canções abriu um parênteses para chamar a atenção de como a carreira solo de Bruce Dickinson é ótima, e que lamentavelmente foi cessada totalmente após seu retorno ao Iron Maiden, no início dos anos 2000.
 
 
Depois disso, chega a hora das interpretações de alguns clássicos do Purple. Na melhor junção entre banda e orquestra, "Pictures Of Home" do petardo Machine Head, é a primeira a fazer o público ir ao delírio. Dickinson, em grande performance, valoriza ainda mais a magnitude de Ian Gillan em hinos como "Perfect Strangers", e claro, na maior de todas, "Smoke On The Water". O cantor também se destaca pela presença de palco. Fazendo graça o tempo inteiro, ele não se intimida pelo espaço limitado no palco. Tanto que faz questão de chamar a atenção em todos momentos do show, principalmente nas passagens instrumentais.
 
 
Mesmo numa atmosfera quase intimista para os adeptos de uma mega banda como o Iron Maiden, com cadeiras no lugar da pista tradicional, podemos dizer que foi sem sombra de dúvidas uma noite particularmente especial para os fãs de rock.

Bruno Eduardo

Jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa "ARNews" e "O Papo é Pop" nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Também foi Editor-chefe do Portal Rock Press e colunista do blog "Discoteca", da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, Knotfest, Summer Breeze, Mita Festival entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Queen, Faith No More, The Offspring, Linkin Park, Steve Vai, Legião Urbana e Titãs.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
SOM-NA-CAIXA-2